ATA DA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 01-03-2002.

 


Ao primeiro dia do mês de março do ano dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas, foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Fortunati, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Sebastião Melo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Quarta Sessão Ordinária, que deixou de ser votada face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Beto Moesch, 02 Pedidos de Providências e o Pedido de Informações nº 052/02 (Processo nº 0813/02); pelo Vereador Cassiá Carpes, o Pedido de Informações nº 055/02 (Processo nº 0847/02); pelo Vereador Estilac Xavier, o Projeto de Lei do Legislativo nº 025/02 (Processo nº 0760/02); pelo Vereador João Antonio Dib, os Pedidos de Informações nºs 056 e 057/02 (Processos nºs 0856 e 0857/02, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Paulo Brum, o Projeto de Resolução nº 051/02 (Processo nº 0675/02). Também, foi apregoado o Ofício nº 133/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 013/02 (Processo nº 0870/02). Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria dos Vereadores Adeli Sell e Beto Moesch, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o desarquivamento do Requerimento nº 240/01 (Processo nº 3919/01). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 001/02, do Vereador Valério Tres, Presidente da Câmara Municipal de Muliterno - RS; 001/02, do Vereador Olmes Oscar da Silveira, Presidente da Câmara Municipal de Guaíba - RS; 002/02, do Senhor Cláudio Hack, Secretário-Executivo da Câmara Municipal de Três Coroas – RS; 027/02, da Vereadora Adir M. Vizotto, Presidenta da Câmara Municipal de Alto Alegre – RS. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Sérgio Luiz da Rosa Marques, Presidente da Associação Comunitária da Nova Gleba, que se manifestou favoravelmente à construção de uma pista de eventos junto à comunidade do Porto Seco, enfatizando a importância desta pista para o desenvolvimento da região, especialmente no que se refere ao comércio, à geração de empregos e à melhoria da qualidade de vida da população local. Na oportunidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Raul Carrion, Estilac Xavier, João Antonio Dib, Ervino Besson, Cassiá Carpes, Paulo Brum, Fernando Záchia, Haroldo de Souza e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Também, o Senhor Presidente registrou a presença do ex-Vereador José Valdir. Às nove horas e quarenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às nove horas e quarenta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Após, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Gerson Almeida, Secretário Municipal do Meio Ambiente. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul Carrion teceu considerações acerca da epidemia de dengue que atinge o Brasil, salientando o aumento do número de casos da variação hemorrágica dessa doença no Estado do Rio de Janeiro. Também, alertando sobre as circunstâncias sociais e políticas que viabilizaram a propagação do mosquito Aedes aegypti, criticou o Governo Federal no que tange à destinação de verbas para que a Fundação Nacional de Saúde - FUNASA - promova o combate a doenças infecciosas no País. A Vereadora Sofia Cavedon, pronunciando-se acerca de denúncias de irregularidades no pagamento de pensões e na prestação de contas do Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre - MFM, discorreu acerca de liminar concedida pelo Poder Judiciário no dia vinte e cinco de fevereiro do corrente, que se refere ao afastamento dos integrantes da diretoria executiva dessa entidade, bem como à declaração de indisponibilidade de seus bens. O Vereador Sebastião Melo, tecendo críticas à política fiscal adotada pelo Executivo Municipal, discursou a respeito do Decreto Municipal nº 13.651/02, que reajusta a tarifa de água e esgotos na Capital. Também, referiu-se acerca de denúncias de irregularidades na tomada de contas da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, informando que oficializará representação à Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, no que tange ao reajuste da referida tarifa. A seguir, o Vereador Luiz Braz formulou Requerimento verbal, solicitando informações acerca de Requerimento de autoria de Sua Excelência, o qual solicita que a Mesa Diretora, através da orientação da Procuradoria da Casa, ingresse na Justiça com uma Ação Declaratória, a fim de que obter decisão judicial sobre a forma de majoração do custo do fornecimento de água pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos, se através da taxa ou de preço público, tendo o Senhor Presidente comunicado que as informações solicitadas seriam prestadas em momento oportuno. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell reportou-se ao pronunciamento do Vereador Sebastião Melo, informando que as questões tarifárias serão objeto de discussão em reunião da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Também, mencionou casos de violação dos direitos da criança e do adolescente que ocorrem na Capital, registrando que apresentará representação à Corregedoria dos Conselhos Tutelares do Município de Porto Alegre sobre o assunto. A seguir, face ao Requerimento verbal anteriormente formulado pelo Vereador Luiz Braz, relativo ao Requerimento de autoria de Sua Excelência, o qual solicita que a Mesa Diretora, através da orientação da Procuradoria da Casa, ingresse na Justiça com uma Ação Declaratória, a fim de que haja decisão judicial sobre a forma de cobrança do fornecimento de água por parte do Departamento Municipal de Água e Esgotos, se através da taxa ou de preço público, o Senhor Presidente informou que apenas se manifestará acerca da matéria após o recebimento de Parecer a ser exarado pela Procuradoria da Casa, o que deverá ocorrer no dia quatro de março do corrente. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Aldacir Oliboni teceu considerações acerca da epidemia de dengue no Brasil, chamando a atenção para o aumento de casos de pessoas infectadas no Estado do Rio Grande do Sul. Também, discorreu acerca de imóvel adquirido pelo Executivo Municipal, que será destinado para sediar a administração da Vigilância Sanitária, alertando sobre a necessidade de campanhas a fim de preparar a população gaúcha para o recebimento dos agentes comunitários de saúde. O Vereador Isaac Ainhorn discursou acerca das políticas públicas implementadas pelos Governos Estadual e Federal, especialmente na área de segurança pública e reportou-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Adeli Sell, no que diz respeito à atuação do Conselho Tutelar em Porto Alegre. Nesse sentido, analisou o resultado das últimas eleições municipais para esse órgão, afirmando que o Partido dos Trabalhadores perdeu sua hegemonia política nesse setor. Na ocasião, a Senhora Presidenta convidou a todos para participarem das atividades alusivas à “Semana da Mulher”, que se realizará do dia quatro ao dia oito de março do corrente neste Legislativo, informando a programação do referido evento. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Reginaldo Pujol, pronunciando-se sobre os alagamentos que ocorrem na Cidade por ocasião de chuvas intensas, examinou as condições de infra-estrutura da rede de esgotos pluviais do Município e propôs a destinação de verbas, pelo Executivo Municipal, para combater o problema. Ainda, referiu-se a denúncias de irregularidades administrativas no Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre - MFM. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Ervino Besson teceu considerações sobre o Requerimento nº 021/02 (Processo nº 0609/02), de autoria de Sua Excelência, que solicita a constituição de Comissão Externa com vistas a apurar os problemas ocorridos durante o carnaval de dois mil e dois em Porto Alegre , questionando a postura adotada pela Vereadora Sofia Cavedon no que tange à tramitação desse Requerimento na Comissão de Educação, Cultura e Esportes. O Vereador Fernando Záchia discorreu a respeito do projeto filantrópico desenvolvido pela Comunidade Terapêutica Fazenda Novos Rumos, localizada no Bairro Lami, cujo objetivo é a recuperação e reinserção social de dependentes químicos, criticando o atendimento efetuado pela Secretaria Municipal de Saúde - SMS - relativamente à prestação de informações sobre os procedimentos a serem adotados para credenciamento junto a esse órgão. Na oportunidade, o Senhor Presidente dispensou os Senhores Vereadores do uso da indumentária prevista no artigo 216, III, do Regimento, comunicando que tal decisão não se aplicaria aos Vereadores quando do uso da Tribuna. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza abordou o problema enfrentado pela população no que tange à colocação irregular de lixo em áreas urbanizadas, o que propicia a ocorrência de alagamentos na Cidade. Também, teceu considerações acerca das políticas públicas implementadas pelo Executivo Municipal e manifestou-se sobre decisão do Tribunal Superior Eleitoral - TSE, de vincular as coligações partidárias nos âmbitos Municipal, Estadual e Federal. O Vereador Almerindo Filho aludiu à aprovação do Requerimento nº 033/02 (Processo nº 764/02), que solicita a destinação de Período de Comunicações para homenagear o septuagésimo nono aniversário de fundação do Jornal do Comércio, ressaltando a contribuição dessa entidade para o processo de desenvolvimento econômico do Estado. Também, apontou a necessidade da adoção de medidas para debelar o crescimento da violência na Cidade. O Vereador Cassiá Carpes apoiou a decisão tomada pelo Tribunal Superior Eleitoral - TSE, no sentido de estabelecer a verticalidade obrigatória para as coligações entre partidos políticos, com vistas à disputa das próximas eleições, afirmando que tal medida fortalece as agremiações partidárias e possibilita a adoção de medidas que incentivem a fidelidade partidária. Também, elogiou a criação da Secretaria Municipal de Segurança Pública do Município de Canoas - RS. Na ocasião, o Senhor Presidente informou que os Vereadores Pedro Américo Leal, Elói Guimarães, Carlos Alberto Garcia e Adeli Sell foram agraciados com a Comenda Representativa do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul, concedida pelo Comando do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia reportou-se à Comenda recebida por Sua Excelência, juntamente com os Vereadores Pedro Américo Leal, Elói Guimarães e Adeli Sell, tecendo considerações sobre dados históricos alusivos à criação do Corpo de Bombeiros no Estado. Nesse sentido, destacou a importância do trabalho de prevenção a incêndios realizado pelo Corpo de Bombeiros e o reconhecimento nacional obtido pela Brigada Militar, pelas atividades desenvolvidas junto à comunidade gaúcha. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 130, 131 e 132/01, discutidos pelo Vereador Raul Carrion, 189 e 191/01, discutidos pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel, 003/02, discutido pelos Vereadores Raul Carrion e Reginaldo Pujol, 011/02, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel, 017 e 002/02, este discutido pelos Vereadores Adeli Sell e João Antonio Dib, os Projetos de Lei do Executivo nºs 004, 005, 006, 007, 008 e 009/02, os Projetos de Resolução nºs 116/01, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e Reginaldo Pujol, e 046/02, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel; em 3ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 045/02. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão criticou a venda e a utilização de adesivos para automóveis, que imitam perfurações por projéteis de arma de fogo no chassis dos carros, afirmando que o uso desses adesivos pode ocasionar confusões e acidentes, principalmente em relação às atividades da Brigada Militar. Também, informou ter protocolado Projeto de Lei nesta Casa, que proíbe a comercialização dos referidos adesivos em Porto Alegre. Na ocasião, foi apregoado o Ofício nº 136/02 (Processo nº 0882/02), de autoria do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando cópia do Processo Administrativo nº 08.001410.02.4, relativo à revisão tarifária do transporte seletivo lotação, acompanhado da cópia do Decreto nº 13.640/02, bem como cópia do Processo Administrativo nº 01.005220.02.5, que trata da revisão tarifária do transporte coletivo urbano do Município de Porto Alegre, acompanhado do respectivo Decreto nº 13.641/02. Também, o Vereador Antonio Hohlfeldt formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando cópia dos documentos enviados pelo Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre através do Ofício nº 136/02, tendo o Senhor Presidente determinado a distribuição de cópias dos mesmos aos Senhores Líderes de Bancada. Também, o Vereador João Carlos Nedel formulou Requerimento verbal, solicitando informações acerca da observância do prazo de envio, a este Legislativo, dos documentos acima mencionados. Ainda, foi registrada a presença do Vereador Márcio Cristiano Vogel, Presidente da Câmara Municipal de Teutônia - RS. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Juarez Pinheiro referiu-se às medidas adotadas pelo Poder Judiciário que viabilizaram o afastamento de dirigentes do Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre - MFM, bem como a quebra do sigilo bancário e a decretação da indisponibilidade de bens desses dirigentes. Nesse sentido, salientou o trabalho desenvolvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI - constituída nesta Casa para averiguar denúncias de irregularidades na referida instituição. O Vereador João Antonio Dib pronunciou-se contrariamente ao Decreto emitido pelo Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, que estabeleceu aumento nas tarifas de fornecimento de água na Cidade, afirmando ser ilegal tal medida e informando que apresentará representação ao Ministério Público com relação ao tema. Também, reportou-se sobre a ausência do envio de respostas, pelo Senhor Prefeito Municipal, nos prazos previstos na Lei Orgânica, a Pedidos de Informações formulados pelos Senhores Vereadores. O Vereador Antonio Hohlfeldt contraditou críticas apresentadas pela Bancada do Partido dos Trabalhadores à atuação do Governo Federal, notadamente no que se refere ao repasse de verbas federais para o financiamento de programas de saúde pública em Porto Alegre. Nesse sentido, mencionou dados fornecidos pelo Governo Federal, relativos aos repasses de recursos oriundos do Ministério da Saúde à Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O Vereador Luiz Braz, mencionando o pronunciamento efetuado pelo Vereador Juarez Pinheiro em Comunicação de Líder, manifestou-se sobre as medidas judiciais adotadas contra dirigentes do Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre - MFM, ressaltando que as mesmas não possuem caráter definitivo e abordando aspectos alusivos às investigações realizadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito e pelo Ministério Público com relação ao assunto. O Vereador Raul Carrion teceu críticas à atuação do Senhor Fernando Henrique Cardoso como Presidente da República, notadamente no que se refere às políticas tributárias adotadas e ao repasse de recursos federais para o saneamento de instituições bancárias privadas. Também, analisou a instituição e a destinação dos recursos auferidos pelo Governo Federal através da cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras - CPMF. A seguir, o Vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, indeferido pelo Senhor Presidente, solicitando o encerramento dos trabalhos da presente Sessão, a fim de que os Senhores Vereadores se dirijam à sede do Ministério Público Estadual, para acompanharem a protocolização de representação contra os Decretos emitidos pelo Senhor Prefeito Municipal, alusivos ao aumento das tarifas de fornecimento de água em Porto Alegre, tendo os Vereador Marcelo Danéris e João Antonio Dib manifestado-se a respeito e o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 060/01, com Veto Total, que foi discutido pelos Vereadores Adeli Sell e Luiz Braz. Às doze horas e cinqüenta e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores José Fortunati, Reginaldo Pujol e Helena Bonumá e secretariados pela Vereadora Helena Bonumá. Do que eu, Helena Bonumá, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Sérgio Luiz da Rosa Marques está com a palavra, representando a Associação Comunitária da Nova Gleba, para tratar da pista de eventos de Porto Alegre, pelo tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. SÉRGIO LUIZ DA ROSA MARQUES: Bom-dia, Sr. Presidente, Sr. José Fortunati, Sr.ªs e Srs. Vereadores.

A nossa finalidade aqui hoje é colocar para V. Ex.ªs a intenção e a vontade de, praticamente, três regiões da Zona Norte, dividindo Porto Alegre em duas zonas: Sul e Norte – mais precisamente Zona Norte – pelo OP – Sarandi, pelo OP – Eixo Baltazar e Região Noroeste, três regiões que se juntaram para lutar pela pista de eventos naquele bairro, junto ao Porto Seco.

O que é que nós queremos aqui hoje expressar para V. Ex.ªs?

Gostaríamos de expressar que a pista de eventos, para nós, não é vista como sambódromo. Ela não é colocada, simplesmente, como sambódromo, mas como um equipamento de explosão, um equipamento de exploração. É um equipamento que, para essa região, com certeza, só virá e só nos trará um aumento, tanto no comércio, como na indústria, como no Porto Seco.

Nós queremos, com isso, trazer para esta Casa que, num estudo feito por esta Casa, já há algum tempo, a região Zona Norte foi indicada – e o nosso Presidente, hoje, José Fortunati, foi o relator da época – como a região que ficaria aguardando, ou seja, ficaria na reserva. Foi uma Comissão criada aqui e esta Comissão chegou à conclusão de que o Humaitá seria a primeira região e o Porto Seco seria a reserva. Ou seja, teríamos o titular e o suplente. E nós somos o suplente. Havendo alguns problemas com a região escolhida, como Humaitá-Navegantes, o que hoje estamos aqui para colocar? Nós a queremos.

A pista de eventos já está em discussão em Porto Alegre há dez anos. Vários bairros já tiveram a oportunidade desse equipamento e não o quiseram. Nós nos manifestamos, já na época da Comissão da Câmara – nós, do Plano Diretor da Região Norte - fizemos um documento à Comissão e ela já sabe, de antemão, desde aquele período, que queremos essa pista de eventos. Por quê? Estamos vendo nessa pista de eventos não só um sambódromo, mas uma fábrica de sonhos, talvez sonhos, porque já nos colocaram: "Vocês vão arrumar incômodos." Pode até ser que arrumemos incômodos, mas queremos esses incômodos. Nós, lideranças comunitárias, que lá estamos, e comunidades que se agregaram a esse chamamento, queremos esse incômodo. Se o carnaval é um problema, nós queremos esse problema. Se esse equipamento vai ser, quem sabe, um problema muito grande, queremos esse problema muito grande.

Nós entendemos que a exclusão social, tão colocada hoje na mídia nacional, na mídia estadual e municipal, se faz presente nesse Bairro de Porto Alegre. Hoje nós somos 40% de pessoas em subabitações. É uma região onde temos um contingente muito grande de pessoas necessitando de empregos. E estamos vendo nesse equipamento, que provavelmente se tornará a vitrine de Porto Alegre, a vitrine da Cidade, e quem sabe o centro metropolitano que Porto Alegre tanto precisa, estamos vendo uma solução, ou seja, várias soluções, quem sabe, para problemas já tratados aqui nesta Casa. Precisamos de um segundo centro para Porto Alegre, precisamos de algum outro lugar que atenda às áreas metropolitanas, como, por exemplo, Cachoeirinha, que é tão colocado e tão falado que é uma cidade-dormitório de Porto Alegre, bem como Gravataí, Alvorada, que estão próximas.

A região Humaitá, hoje, teve uma negativa da comunidade e está próxima ao Centro de Porto Alegre. É mais um problema que virá para o Centro de Porto Alegre. A região da Restinga está também solicitando esse equipamento. Só que não atenderá à área metropolitana tão bem quanto a região Norte. Hoje, a região Norte não dispõe de nenhum equipamento cultural, não dispõe de nenhuma área de lazer, não dispõe de vários fatores dos quais os nossos jovens possam dispor, e é isso que queremos e enxergamos nessa pista de eventos. Nós pretendemos, ao entregar as pastas aos senhores, fazer um estudo razoável do que esse equipamento trará para a nossa região. Só lá já são três regiões próximas; são três áreas metropolitanas. Com certeza, nós gostaríamos e queremos que os senhores, a partir de terça-feira, quando for decidida ou definida a área, se, por acaso, for a Zona Norte, não a contestem mais. Deixem. A comunidade quer esse equipamento, quer todos os incômodos que possam vir com ele, quer todos os prejuízos que possam vir com ele, porque estamos vendo um desenvolvimento muito grande. Então, após a definição do Conselho do Plano Diretor, depois que o Prefeito assinar definindo que será na Zona Norte, se lá passarmos, gostaríamos que não viesse nenhuma outra ação contrária a isso. Não tivemos dentro da região nenhuma contrariedade e, principalmente, daquelas comunidades que serão vizinhas desse equipamento. Nessas comunidades, algumas presentes aqui hoje, fizemos várias reuniões e foi colocado que todos a querem, todos enxergam da mesma maneira, todos vêem que esse é o equipamento que vai dar a explosão social da Zona Norte, que tanto precisamos. Com certeza, gostaríamos que esta Casa, depois da decisão tomada, e que se porventura vier a ser a região Norte, não a contestem mais. É uma das regiões que quer esse equipamento da pista de eventos e não a enxergamos como sambódromo, mas como um equipamento para ser usado nos trezentos e sessenta e cinco dias do ano.

Estamos aqui solicitando que, com a batida do martelo, no dia 05, e se o Prefeito decidir pela região Norte, que os senhores apóiem da mesma maneira. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Convidamos o Sr. Sérgio Marques para que faça parte da Mesa dos trabalhos. O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Em primeiro lugar, a nossa saudação ao companheiro Sérgio Marques, da Nova Gleba, liderança comunitária reconhecida da região, em nome de quem saúdo todas as lideranças da Região Norte aqui presentes no dia de hoje. Um abraço ao companheiro José Valdir, do CRC. Queria dizer, em primeiro lugar, que temos uma grande afinidade em relação a Zona Norte, onde, durante muitos anos moramos e atuamos como sindicalista metalúrgico, região que se caracteriza por ser um grande centro de moradia da classe operária desta Cidade.

Nós temos defendido a posição clara, firme em defesa da construção desse sambódromo - pista de eventos que ainda que tenha essas duas características, no meu entender, foi essencialmente uma conquista da luta e da reivindicação dos carnavalescos, ainda que tenha uma abrangência muito maior. Nos manifestamos contra determinadas posturas que procuram segregar esse grande espetáculo cultural do nosso povo para regiões muito distantes, ou considerá-lo de uma forma preconceituosa, como nós temos visto em diversas manifestações. Nesse sentido entendemos que a pista de eventos deve ter algumas características: primeiro, deve ter uma dimensão apropriada para uma grande pista, seja para o carnaval, seja para outros eventos; segundo, deve ter espaço para os barracões; terceiro, deve ter um sistema viário adequado porque é uma festa que envolve grandes movimentações da população; outro aspecto, deve ter a máxima proximidade possível do centro da Cidade; outro elemento importante é o apoio da comunidade, o que escapa do aspecto mais técnico do sambódromo; nesse sentido a comunidade da Zona Norte está demonstrando um grande desejo e apoio; isso é um fator muito importante a considerar. Ainda penso - junto com a unanimidade dos Vereadores, naquele momento, que do ponto da proximidade, a não ser que o sambódromo seja no Centro, a área mais adequada seria a do Humaitá. O problema é que uma parcela da população do Humaitá tem manifestado a sua oposição. Quero dizer, claramente, que ainda considero que o Humaitá reúne as melhores condições e se houver realmente dificuldade em aceitação da população, a minha segunda opção, entre a Restinga e o Porto Seco, é, sem dúvida, o Porto Seco, que reúne as melhores condições nessas circunstâncias. Continuem na sua luta. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, saudação especial ao representante da Associação Comunitária da Nova Gleba, Sr. Sérgio Luiz da Rosa Marques; permita-me a liberdade de chamá-lo sem a senhoria, porque eu e o Sérgio somos amigos e conhecidos há muitos anos, desde Santa Maria, a nossa Cidade, da nossa juventude, da adolescência, pois nós nos conhecemos lá. É com grande satisfação que eu o vejo aqui, à frente desta manifestação a favor da sua comunidade com relação à pista de eventos.

Como bem ressaltou o Ver. Raul Carrion, a pista é um equipamento de suma importância para a Cidade, para a comunidade que vier dela desfrutar diretamente, mas ela tem revelado também traços de discriminação e preconceito na sociedade de Porto Alegre. Aquela que parece ser uma discriminação às vezes elitista ou que está só nas grandes camadas privilegiadas da nossa sociedade, minoritária é bem verdade, muitas vezes manifesta-se, por desinformação ou mesmo por cultura, também nos bairros onde vimos as proposições de instalar a pista de eventos. As comunidades estão-se informando a respeito disso.

O Sérgio fez questão de ressaltar, de forma metafórica, a idéia de que eles querem as dificuldades, porque, na verdade, sabem que a pista de eventos, pelo conjunto de equipamentos que representa, trará grande desenvolvimento para a região, como salas de teatro, escola, posto de polícia civil e militar, o conselho tutelar, as oficinas de cultura, o funcionamento multifacetado que tem esse equipamento durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Teremos também as quadras poliesportivas. Tudo isso é um equipamento, portanto, que não se resume, embora de caráter e importância fundamental e fundante, ao carnaval, mas há os desfiles, a biblioteca e o funcionamento de posto de saúde. Tudo isso está previsto no equipamento da pista de ventos. Portanto, parabenizo-os pela mobilização e desejo sucesso no trabalho. Sejam bem-vindos a esta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra pelo Partido Progressista Brasileiro, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, meu caro Sérgio Luiz da Rosa Marques, não se pode separar a pista de eventos do carnaval. Isso é impossível. Eu não diria que sou um entendido em questões do carnaval, até porque não sou mesmo, mas as circunstâncias da vida me levaram, várias vezes, a interferir na organização do carnaval porto-alegrense como Presidente do Conselho Municipal de Turismo, como Secretário do Governo, a quem estava vinculada a EPATUR, e como Prefeito. E eu, olhando, ao longo dos anos, a administração da Prefeitura, chego a seguinte conclusão: a Prefeitura quer terminar com o carnaval em Porto Alegre, não quer mais carnaval em Porto Alegre. Dezessete anos, consecutivamente, ele tem sido realizado na Avenida Augusto de Carvalho. Problemas? Problemas, sim. Falta de solução, porque há falta de atenção da Prefeitura para solucionar os problemas.

A Avenida Augusto de Carvalho pode ser alargada sem nenhum problema, porque é uma Avenida que foi planejada para se ligar com a Rua da Praia, através de um túnel sobre a  Duque de Caxias. Como esse túnel não vai mais sair, a Av. Augusto de Carvalho tem apenas uma parte da largura para a qual ela foi projetada. Além da pista que nós chamamos de Augusto de Carvalho, é bom lembrar que há mais 100m até a Washington Luiz. A concentração poderia ser feita na Washington Luiz, o que faria com que a Pista fosse mais ampliada. Como, no passado, na Administração João Antonio Dib, pensou-se que deveria a pista de eventos ser na Avenida Augusto de Carvalho, como o Prefeito Collares continuou o estudo, fez maqueta, e as escolas aceitaram, o PT não podia aceitar. Ele queria fazer perpendicularmente, apenas para fazer na frente do Tribunal de Justiça Federal, o que seria impossível: o Tribunal não permitiria uma frente majestosa ser atingida por uma “muralha da China”. É uma “muralha da China”. Então, na verdade, o PT não a queria fazer.

Eu quero dizer, prezado amigo, que pista de eventos não é só para o carnaval, como bem colocou V. S.ª, mas não vai haver tribunas para a Semana da Pátria, para a Semana Farroupilha, que terão que ser feitos na área central; então o lugar certo, correto, se a Prefeitura quiser fazer e não terminar com o carnaval, chama-se Augusto de Carvalho. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Ervino Besson está com a palavra nos termos do artigo 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, nosso estimado amigo, presente aqui hoje, Presidente da Associação Comunitária da Nova Gleba, queremos saudá-lo e saudar também o nosso Secretário Gerson Almeida, que se encontra aqui no Plenário no dia de hoje; o sempre Vereador aqui desta Casa, José Valdir. Sérgio, nós prestamos uma especial atenção ao seu pronunciamento, e quero, em nome da Bancada do PDT - em meu nome, em nome do Ver. José Fortunati, do Ver. Isaac Ainhorn, do Ver. Nereu D’Avila, do Ver. João Bosco Vaz, do Ver. Humberto Goulart, parabenizá-lo e saudá-lo. V. S.ª foi muito claro e desafiou esta Casa - tenho certeza, inclusive, de que esse desafio vai transpor as instâncias desta Casa e vai até o Executivo Municipal -, chamou para si o desafio e a responsabilidade. Isso é coragem, é uma postura da comunidade. E nós esperamos que, neste ano, se decida, sim, a situação do carnaval. V. S.ª como é sabedor, acompanhou o que houve neste carnaval, que é a maior festa popular do Brasil: aquelas pessoas que, durante o ano, com muito sacrifício, sofrem, suportam custos para fazerem suas fantasias, têm gastos que sabemos que não são fáceis para ninguém e, de repente, quando pensam que terão pelo menos uns dias de alegria - lamentavelmente tivemos a oportunidade de acompanhar e assistir -, passam pelos fatos que aconteceram. Esperamos que esses fatos sejam esclarecidos e que isso tome um outro rumo para que, neste ano, seja construída a pista de eventos. Temos certeza de que todos esses problemas que houve vão ser sanados.

Queremos, mais uma vez, em nome da Bancada do PDT, Sr. Sérgio, saudá-lo e parabenizá-lo. Pode contar com a nossa colaboração. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Sérgio Luiz da Rosa Marques, Presidente da Associação Comunitária Nova Gleba, eu quero dizer que todos nós queremos a pista de eventos. A população de Porto Alegre quer a pista de eventos - disso não temos dúvida. Inclusive, saiu uma pesquisa recentemente pela qual foi dada preferência para o Centro.

Eu estive em muitas reuniões e até visitando a Universidade do Trabalho, no Humaitá. Sou contra esse local, porque nós o estaremos dando ao carnaval e tirando-o do esporte ao mexer naquelas áreas da Universidade do Trabalho, do Círculo Operário, que foram doadas em 1963 pelo Governador Ildo Meneghetti. Então, queremos resolver uma coisa tirando de outra, da área esportiva, que é tão fundamental, e aquela área é nobre. Então, lá naquele local, eu sou contra.

Entendo que uma pista de eventos - concordo com o Ver. Estilac Xavier - deve contemplar não só o carnaval - o carnaval é só uma vez por ano -, mas deve ter um objetivo social, cultural, o embelezamento da nossa Cidade, a geração de empregos; deve levar em conta as peculiaridades do bairro; tudo isto deve ser analisado, mas a pista de eventos tem que ser realizada urgentemente.

Nós estamos indo por um caminho perigoso, em que as comunidades estão começando a se defrontar com várias opiniões. Essa demora faz com que as pessoas se digladiem nos seus bairros e em suas comunidades.

No ano passado, foi instalada uma Comissão que visitou vários lugares alternativos. No início foram indicados nove locais; depois ficaram apenas três. Mas a comissão da pista de eventos nunca se reuniu na Câmara, e esta Casa tem que dar a sua contribuição fazendo por realizar o sonho dos carnavalescos e o sonho dos porto-alegrenses.

Portanto, Sr. Presidente, faço votos que saia a pista de eventos, de preferência perto do Centro da Cidade, porque aqui é a nossa cultura, é o local onde todos atuam. Não queremos brigas de comunidades, queremos uma decisão definitiva para a Pista de Eventos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Helena Bonumá solicita que façamos o registro da presença do ex-Vereador José Valdir, que deixou saudade aqui pela sua figura simpática. Dá-nos um grande prazer o fato de ele retornar a esta Casa lutando por uma boa causa: pelo seu bairro, a Vila Nova Gleba. Seja bem-vindo, Vereador.

O Ver. Paulo Brum está com a palavra nos termos do artigo 206 do Regimento.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero saudar, em nome da Bancada do PSDB, o Sr. Sérgio Luiz da Rosa Marques, representando aqui a Associação Comunitária da Nova Gleba. Saudamos, também, a comunidade que aqui se faz presente. Sr. Sérgio, sou Vereador desde 1995. Nesses sete anos, sempre, após o período de carnaval, existe essa mobilização da comunidade carnavalesca no intuito de concretizar o seu sonho que é ter o sambódromo, ter a pista de eventos. E todos os anos, logo após o término do carnaval, esta Casa tem toda uma mobilização especial na busca de uma solução para a conquista desse sonho da comunidade.

Portanto, há sete anos que esta Casa se envolve diretamente, e todos os anos é constituída uma Comissão Especial por meio da qual os Vereadores discutem com a comunidade, debatem diversos fatores locais. E o que sentimos é que está faltando, neste momento e nos momentos anteriores, simplesmente vontade política, vontade do Sr. Prefeito Municipal em realizar o sonho dessa comunidade.

Esta Casa sempre esteve presente, e, no que depender de nós, Vereadores, temos plena certeza de que daremos o aval necessário às comunidades aqui representadas.

Deixamos o registro de que o que realmente está faltando é o Sr. Prefeito determinar o local e mandar construir a pista de eventos.

Agradecemos a presença de V. S.ª e também da comunidade aqui presente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero cumprimentar o Sr. Sérgio da Rosa Marques e toda a comunidade da Nova Gleba, do Porto Seco, e dizer que me parece, de uma maneira extremamente objetiva, que a vontade de todos os trinta e três Vereadores desta Casa é que a pista de eventos possa ser construída de uma maneira definitiva.

Eu sou Vereador pelo terceiro mandato e desde que aqui cheguei, em 1993, existe esta tentativa da sua construção, essa discussão da localização, e dentre todos esses quadros de dificuldades, sempre considerada por esta Casa e certamente pelo Executivo, era a não-adequação à realidade da localidade. Havia sempre, naquelas localidades indicadas pelo Executivo, uma não-concordância da comunidade e isso tem que ser respeitado, porque quem vai sofrer o impacto da transformação da construção desse equipamento, de uma maneira direta, é a comunidade. Então, vejo com muita alegria, com muita satisfação, que a Nova Gleba, a sua comunidade, a comunidade do Porto Seco, ao contrário das demais, está querendo a construção desse equipamento, está concordando com a construção da pista de eventos.

Há uma unanimidade na cidade de Porto Alegre, não só dos carnavalescos, mas de todas aquelas pessoas que entendem que o crescimento natural do carnaval, de todos os eventos culturais da cidade de Porto Alegre, tem a necessidade da construção desse equipamento.

Há uma concordância sobre as condições técnicas do local, que lá no Porto Seco tem todas as dimensões, tem toda a estrutura para que se possa construir a pista de eventos com todos os barracões, a concentração necessária.

Há uma concordância que o acesso é razoavelmente bom; há uma concordância que a distância do Centro da Cidade não é tão dificultada como alternativas como a Restinga, que também merece, também quer, também tem as condições, mas tem uma distância em relação ao Centro bem maior.

Então, Ver. Reginaldo Pujol, Presidente em exercício desta Sessão, finalizo em meu nome, em nome do Ver. Sebastião Melo, em nome do PMDB, cumprimentando a participação do Sr. Sérgio Rosa Marques, dizendo que, definitivamente, agora, temos todas as condições para ser construída a pista de eventos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Bom-dia, Sr. Sérgio Luiz da Rosa Marques, da Associação Comunitária da Nova Gleba. Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome do PHS sugerimos à Comissão de Educação e Cultura o encontro com o Prefeito, na semana passada, a fim de que déssemos a ele o apoio político para que no dia 5 - ele prometeu dia 5 - fosse definido o local. Eu, particularmente, andei fazendo uma pesquisa a respeito dos locais. Afastada toda e qualquer possibilidade de ser na Restinga, porque a Restinga já tem cara de uma outra cidade.

Afastada, no meu entendimento, a possibilidade do Bairro Humaitá, já que temos rejeição ao Humaitá e, para nós, do PHS, estamos sugerindo e vamos assegurar, ao lado do Prefeito, se for possível, o Porto Seco, já que toda a comunidade da Nova Gleba quer a pista naquele local e, onde não tem ninguém falando contra, por que nós vamos ser contra?

Agora, o que peço, e peço em nome da Associação Comunitária da Nova Gleba, é que no dia 5 seja o martelo batido para esse local, e que a pista de eventos, realmente saia de uma vez por todas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Não posso deixar de me manifestar sobre o assunto, além de dizer da satisfação de receber o representante da Associação dos Moradores da Vila Nova Gleba e toda essa comitiva que nos prestigia com a presença para tratar desse tema, sobre o qual, sabidamente, eu tenho opinião em função de que tenho vínculo com o carnaval de Porto Alegre. E mais ainda, porque por muito tempo me bati para que fosse, efetivamente, instalado aqui no lugar onde tradicionalmente vem sendo realizado o carnaval, que é a Av. Augusto de Carvalho. Isso me parece estar absolutamente inviabilizado, hoje, depois que colocaram, inclusive, uma série de equipamentos aqui na área. As projeções iniciais, salvo uma determinação muito expressiva de vontade política do Governo do Município, não se alteram. E como eu acho que nós não podemos continuar eternamente discutindo, no caso da pista de eventos, jogando, muitas vezes, uma comunidade contra outra, e protelando esse fato, eu me somo ao Ver. Haroldo de Souza na expectativa de que, realmente, se tenha solução breve.

No dia 5 será anunciada uma decisão do Conselho do Plano Diretor, que fixaria um dos três locais em jogo, já que, Ver. João Antonio Dib, foi afastada, definitivamente, a idéia que nós perseguimos há tanto tempo de fazer aqui na Avenida Augusto de Carvalho.

Eu fico muito satisfeito de saber que a comunidade da Nova Gleba e todo aquele bairro populoso de Porto Alegre, Vila Santa Rosa, Nova Santa Rosa, enfim, a Zona Norte de Porto Alegre quer receber lá esse equipamento. Estou satisfeito com isso, porque sei que outra grande comunidade, a comunidade com a qual eu tenho vínculos muito profundos, que é a comunidade da Restinga, também quer, numa demonstração de que muitas áreas de Porto Alegre querem esse equipamento. A própria idéia da centralidade passa a ter um segundo plano nessa hora, porque acho que o mais importante é que a comunidade aceite bem o equipamento. Então, nesta circunstância, efetivamente, a grande decisão vai ter que ser entre os fatores favoráveis que a Zona Norte oferece e os fatores favoráveis que a Zona Sul, através da Restinga, está oferecendo, já que se matou por inteiro a idéia de se fazer aqui no Centro da Cidade.

Tenham os senhores, então, todo o nosso respeito; voltem sempre aqui na Casa, e desejo êxito na luta. Eu seria desleal com os senhores se eu não dissesse que, se depender de mim, nessa dualidade, optarei pela Restinga, pelo vínculo que tenho com aquele bairro, mas eu não ficaria contrariado se for decidido pelo Porto Seco, para que efetivamente se faça a pista de eventos de uma vez por todas. Muito obrigado a V. S.ªs pela presença.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas; saudamos esse homem de Santa Maria que chega aqui no Plenário, um aliado do Ver. Estilac Xavier.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 9h43min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol – às 9h46min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Srs. Vereadores, estou inscrito para falar em segundo lugar em Comunicações, mas por estar exercendo a Presidência dos trabalhos, com a vênia dos Srs. Vereadores, me manifestarei depois. O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que nos assistem aqui e pela TV Câmara. Neste período de Comunicações quero tratar de dois temas de grande importância para a cidadania desta Cidade, deste Estado e para a cidadania do nosso País, que têm tudo a ver com as dificuldades que o nosso povo enfrenta, e que são verdadeiros escândalos. Alguns temas são recorrentes, mas a sua gravidade exige que voltemos a tratar neles.

O primeiro é a chamada epidemia da dengue, que cresce em todo o Brasil, chega ao Rio Grande do Sul, causa mortes e - segundo os dados que nós temos - já atingiu, só nos dois primeiros meses deste ano, quase trinta e quatro mil casos no Rio de Janeiro, dos quais quinhentos e setenta e sete são hemorrágicos, com risco de vida e causando a morte de inúmeras pessoas.

Parece que essa epidemia surge do nada, mas queremos dizer que no ano de 2001 foram registrados mais de sessenta e oito mil casos no Rio de Janeiro, e em São Paulo foram cinqüenta e um mil casos. Então, não é algo que pegou ninguém de surpresa! Onde está a causa disso? É claro que está no crescimento da miséria, no inchaço dos grandes centros urbanos e na falência do saneamento básico. Mas, mais terrível do que isso, Ver. Luiz Braz, parece que é algo planejado. Vou divulgar dados com os quais a cidadania ficará estarrecida: em 1999 havia no orçamento 329 milhões para a erradicação da dengue; no ano seguinte, em 2000, a verba de 329 milhões foi reduzida para 58 milhões; ou seja, para menos da sexta parte; em 2001, baixou para 38 milhões. Em 1999 foram demitidos seis mil trabalhadores, treinados como guardas contra endemias, e demitidos por quem, Ver. João Antonio Dib? Pelo Ministro Serra, que também, em 1999, no orçamento de 2000, diminuiu seis vezes as verbas para o combate ao mosquito da dengue.

Portanto, essa crise, essa epidemia crescente da dengue não é fruto do acaso, não é fruto de fatores que não tenhamos possibilidade de controlar ou, quem sabe, por alguma causa divina. Não! Existe uma causa humana bem clara que é a decisão do então Ministro Serra de diminuir as verbas para o combate à dengue em mais de seis vezes e de demitir seis mil servidores da FUNASA, sem qualquer preocupação com a saúde do nosso povo.

 

O Sr. Haroldo de Souza: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Raul Carrion, talvez V. Ex.ª possa me responder sobre a notícia que o Jornalista Barrionuevo publicou na sua coluna. Como V. Ex.ª está falando em verbas, o Estado do Rio Grande do Sul realmente devolveu as verbas que eram para o combate à dengue? As verbas enviadas em 1999 e 2000?

 

O SR. RAUL CARRION: Não tive oportunidade de participar da audiência que houve na Comissão de Saúde sobre essa questão, porque eu estava na Comissão de Habitação. Então, não tenho, realmente, essa informação e vou trabalhar para obtê-la. Agora, o que é concreto é que a FUNASA é quem faz esse combate à dengue e essas verbas foram diminuídas mais de seis vezes e os servidores foram demitidos. O combate à dengue não é uma atribuição essencial do Estado ou do Município, é uma atribuição complementar. Não adianta tentar, no complementar, resolver o que, no essencial, foi destruído.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Raul Carrion, eu acho que o Ministro Serra, examinando as posições da Prefeitura de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul, que devolveram os recursos para combate à dengue, deve ter imaginado que não haveria mais problema no Brasil. Se as prefeituras estão devolvendo o dinheiro é porque não têm necessidade.

 

O SR. RAUL CARRION: Não tem fundamento a sua colocação. Em 1999, baixaram de 329 milhões para 58 milhões. Em 2002, Ver. João Antonio Dib, a verba para o controle de todas as doenças endêmicas é um sexto da verba de 1999. O resto é pirotecnia, é tentativa de esconder o sol com a peneira.

O segundo tema que eu iria tratar e não tive possibilidade, porque, é claro, preferimos conceder aparte aos nobres colegas, será abordado, talvez, na nossa intervenção de Liderança, que é o escândalo da isenção da CPMF para os grandes investidores na bolsa de valores. Enquanto que o senhor que está em casa paga a CPMF quando dá qualquer cheque, o megaespeculador Soros e outros investidores não pagarão a CPMF por um decisão de um projeto do Governo Federal.

Mas trataremos este caso na próxima intervenção. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações, por uma transposição de tempo com o Ver. Sebastião Melo.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, neste período de Comunicações, quero registrar, com muita alegria, e comemorar uma notícia que vimos ontem nos jornais de Porto Alegre que diz respeito aos funcionários municipais e a toda cidade de Porto Alegre. (Lê.) “Justiça afasta dirigentes do Montepio dos Municipários.” Este tema é muito próximo desta Casa. Esta Casa viveu uma CPI polêmica, conturbada, questionada e cassada. Cassada nos últimos dias, nas últimas Sessões, na última Sessão do ano, quando seria aprovado o relatório. Uma CPI consistente, a prova disso é essa ação da justiça. Uma CPI cujo parecer, cujo voto do seu Presidente, o Ver. Juarez Pinheiro – temos aqui que reconhecer a sua persistência, a sua dedicação nesse tema -, encaminhado ao Ministério Público, gera essa ação que desenvolve, finalmente, uma ação concreta com a direção do Montepio, que já vinha há anos com diferentes e fortes evidências do mau uso do dinheiro público, do dinheiro dos municipários.

Os municipários, a partir de uma intervenção da Prefeitura, exatamente em função de esse Montepio não cumprir o que deveria cumprir, de pagar 100% das suas pensões, mobilizaram-se, por inúmeras suspeitas, inúmeros dados que conhecíamos e não podíamos ter acesso pela forma como estava estruturada a sua gestão. A partir dessa intervenção, os municipários realizaram eleições gerais, organizadas pelo Sindicato dos Municipários. Mais de dez mil pessoas votaram nas eleições gerais. Uma nova direção eleita, legitimada pelas urnas, assumiu. Vinte dias depois, a direção do Montepio, que hoje sai pela Justiça, conseguiu, em uma ação judicial, retornar ao Montepio. Depois desse fato, duas assembléias, duas eleições de assembléias de representantes pelo menos, os municipários viveram, mobilizaram-se, constituíram chapas e tiveram os seus processos fraudados. A última: mais de 40% dos votos foram anulados, não foi considerada a vontade majoritária da categoria municipária.

Então, ao lado de corrupção, de negócios malversados, de falta absoluta de prestação de contas e de transparência, nós tivemos uma gestão que eu diria golpista, várias gestões golpistas no Montepio. Tivemos uma grande mobilização dos funcionários que nunca deu em nada. Esta Câmara, este Legislativo, com uma CPI, conseguiu dar um basta nisso. E isso que é uma CPI que não se concluiu. Uma CPI que foi séria, que investigou e que gerou esse processo. Penso ser importante registrar isso, porque é o papel dos Vereadores, é responsabilidade dos Vereadores zelar pelo bem público, pelo dinheiro público e se preocupar, sim, com o dinheiro dos funcionários, com a vida, com o futuro dos funcionários municipais.

O Sr. Luiz Carlos Mendelski e o Sr. José Prates Ferraz tiveram os seus bens indisponibilizados. Finalmente uma ação concreta que pode vir a gerar alguma recuperação do patrimônio dos municipários. E o processo de discussão, aqui, do fundo de previdência foi fundamental. Vejam em que pé estaríamos se tivéssemos feito a opção que alguns Vereadores aqui defendiam de que a previdência dos municipários poderia estar na mão do Montepio. Não venham me dizer, a entidade Montepio, o Montepio, na sua formatação, é uma entidade privada, jamais conseguiria ter um caráter público, transparente e saneado. Então, de novo acerta a Câmara de Vereadores quando institui uma previdência pública nas mãos dos funcionários e este ano a nossa responsabilidade é dar conseqüência a isso no Projeto que entrou do Executivo, criando autarquia. Parabéns à Câmara de Vereadores, parabéns, Ver. Juarez Pinheiro, por todo o seu trabalho, o seu esforço. Acho que, finalmente, os municipários encontraram aqui um apoio para resolver um dos seus problemas mais sérios, que era a sua previdência. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Ver. João Antonio Dib, os nossos apelos foram infrutíferos na Comissão de Finanças, Orçamento e do MERCOSUL e aqui neste Plenário para que o Sr. Prefeito imperial mandasse para a Câmara a discussão das tarifas de esgoto e água. O Diário Oficial ainda não chegou nesta Casa – acho que não chegou providencialmente, porque o Prefeito governa por decreto, e ainda coloca o Diário Oficial na gaveta. Agora, mandei buscar lá na Administração, mas já está estampado no Diário Oficial de ontem o tarifaço de 17,94%. Confesso, Ver. João Antonio Dib, que eu até achava que antes do dia 17 isso não ia acontecer, porque o Prefeito não pára no Paço Municipal; está só envolvido com a campanha das prévias. Às vezes ele está em Cachoeirinha, às vezes está em Gravataí, às vezes ele está em Caxias, mas, com certeza, alguém deve ter levado esse decreto para ele em alguma cidade do interior do Rio Grande do Sul para que ele assinasse o aumento real das tarifas de água numa cidade em que o trabalhador o máximo que teve ao longo desse último ano foi a reposição dos índices inflacionários no seu já defasado salário. Mas o Governo Tarso F.H., o governo que governa por decreto, o governo que desrespeita o Legislativo, o governo que não respeita a pluralidade foi lá e decretou. Infelizmente, Vereador Líder da Bancada do PDT, Ver. Isaac Ainhorn, não há outro caminho a não ser as Bancadas de oposição fazerem a marcha da cidadania rumo ao Ministério Público, hoje, às 15h30min, na defesa do consumidor, para pedir que o Ministério Público, em nome da sociedade, possa agir, e que nós possamos estudar o remédio jurídico do ponto de vista do colegiado de Vereadores e também ir para o Judiciário com muita tristeza, porque o debate deveria ser nesta Casa, e não no Judiciário. Mas o Prefeito imperial, que governa por medida provisória, despreza a representação desta Casa.

Quero dizer que estive, ontem, em uma longa reunião no Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul. Na verdade, o que eu ouvi lá não foi surpresa, porque havia indícios, mas eu diria que a população em geral não sabe disso. A população precisa saber que, desde 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, Ver. Beto Moesch, as contas da Prefeitura não são apreciadas por esta Casa. Aliás, fui informado de que, nas contas de 1996, há uma multa pesada contra o Sr. Tarso Fernando Genro e que está em fase recursal por atos administrativos não compatíveis com a boa administração. Pedi ao Presidente que fizesse um relatório e mandasse à Comissão de Finanças, e ele se comprometeu a mandar, na semana que vem, um detalhado relatório para a Comissão de Finanças desta Casa, para que ela tome providências. Depois, fui ao lado do gabinete do Procurador-Geral, Ver. Paulo Brum, adendar a denúncia da questão do lixo. V. Ex.ªs sabem que eu fiz no Ministério Público, no Tribunal de Contas, e vou entrar com uma ação popular relativamente a essa grande maracutaia que há no DMLU, comandada pelo seu Diretor-Geral.

Como se não bastassem os contratos superfaturados que ele entregou à sua parceira de campanha, a empresa Cores, eu fui descobrir agora que, no transbordo do lixo, num contrato de quarenta e oito meses, que terminou em abril de 2001, o Sr. Darci Campani “Cores” deixou o transbordo do lixo quatro meses sem contrato, e, depois, fez um aditivo ao contrato. Isso só tem um nome: improbidade administrativa! E esse cidadão vai pagar por isso!

Mas eu fiquei muito preocupado com uma ala do Tribunal de Contas que não quer investigar a administração do PT. Eu vou tomar providências sobre isso. Respeito demais o Tribunal de Contas, a sua direção, o seu Procurador-Geral, mas existe uma camada intermediária que não é isenta para investigar os atos da Prefeitura, porque são pessoas que quando caem lá as representações, eles dizem: “Não, não podemos investigar, isso aqui é do nosso governo, isso é aqui é do nosso Partido.” Isso não está certo, isso não está correto, e nós vamos tomar providências. É muito estranho: há três, quatro meses eu levei uma grave denúncia ao Tribunal de Contas e os técnicos estão sentados em cima disso. É muito grave, e não vai ficar assim, V. Ex.ªs sabem que eu sou homem de atitude: eu vou tomar atitude, sim, e vou responsabilizar quem tiver que ser responsabilizado, sim.

Por isso, queria mais uma vez convidar os colegas Vereadores para que às 13h30min nós estejamos na defesa do consumidor, na Rua Andrade Neves, 9, 3º andar, para um encontro com o Dr. Alexandre, que é o Coordenador da Defesa do Consumidor, para tratar do aumento abusivo, inaceitável, praticado pelo Prefeito imperial sobre as tarifas de água e esgoto aqui da Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, este Vereador fez um Requerimento à Mesa, já há duas Sessões, para que a Mesa consultasse a Procuradoria da Casa e tomasse uma decisão para entrar com uma ação declaratória junto à Justiça para saber se o custo da água deve ser cobrado por tarifa ou por taxa. Isso é significativo para nós, vai dizer se deve ser através de uma lei, votada por esta Casa, ou se pode ser através de um decreto. Até agora não recebi nenhuma resposta, gostaria que V. Ex.ª, se pudesse, por favor, responder a este Vereador em que pé se encontra esse Requerimento.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Obviamente, V. Ex.ª, ao fazer essa solicitação, não pretende que nós respondamos de imediato; vou solicitar à Diretoria Legislativa que nos traga as informações necessárias e, ao longo desta Sessão, haveremos de lhe prestar as informações solicitadas e informar em que pé se encontra o Requerimento referido por V. Ex.ª.

O Ver. Valdir Caetano está com a palavra em Comunicações. Ausente. O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores. O Ver. Sebastião Melo, sabendo que eu falaria após a sua fala, porque nós somos da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, tenta fazer uma provocação para que eu perca os meus preciosos cinco minutos para responder a umas barbaridades que ele falou aqui nesta tribuna. Eu não vou perder tempo com isso, porque nós já discutimos sobre as questões da tarifa na Comissão de Economia; esse é o lugar para discutir. E que o Ver. Sebastião Melo entre na Justiça; acabou a história, eu vou gastar o meu tempo para discutir a respeito de questões mais importantes para a cidade de Porto Alegre.

Tenho uma pasta aqui que está recheada de ofícios e de fax, os quais tenho mandado para o Conselho Tutelar. Os quarenta conselheiros do Conselho Tutelar são pagos pelo erário, dinheiro público, são mais de dois mil reais por mês, vale-transporte e vale-refeição. Só o Conselho Tutelar do Centro não vê a prostituição infantil comandada por um grupo no Largo Glênio Peres, no entorno do Mercado Público e no entorno do Chalé da Praça XV.

Há outro problema também que só o Conselho Tutelar não vê, mas eu e várias pessoas que se preocupam com o bem-estar animal e com o perigo que significa crianças andarem com carroças no Centro da Cidade, temos montado um esquema de, todos os dias, ligar para o Conselho Tutelar do Centro dizendo que há 20m dali, em plena Júlio de Castilhos, as crianças transitam, loucamente, no meio do trânsito, nessas carroças.

Há mais. A Dona Sônia Medeiros, essa que era a conselheira tutelar do Centro durante a sua gestão, nada fez, pelo contrário, a não ser um dia bater-boca comigo na televisão, mas não caí também na sua provocação. Inclusive, agora, ela se elegeu conselheira tutelar por uma outra região, e quando uma pessoa se queixou, ela disse: “Vai na Câmara de Vereadores para falar com o Ver. Adeli Sell.” Não, eu não sou conselheiro tutelar, eu sou fiscal da municipalidade, porque esse é um dos papéis do Vereador. São uma vergonha os conselheiros tutelares, em Porto Alegre, porque nós já tivemos excelentes conselheiros tutelares, nós fomos exemplo nacional, nós puxamos essa questão em nível nacional. Aqui está a Ver.ª Maria Celeste, que foi conselheira tutelar, que conhece dez vezes mais este tema do que eu. Agora, eu não posso ficar calado quando eu vejo todos os dias de noite crianças descendo do Morro Santa Teresa para vir à Cidade Baixa, comandadas por pessoas adultas que ficam acantonadas na esquina da Lima e Silva com a Sarmento Leite comandando a venda de flores. É uso do trabalho infantil; só o conselho tutelar do Centro é que não vê, só eles que não vêem, o povo inteiro de Porto Alegre vê, como no resto da Cidade também, são telefonemas, são fax, são cartas, são e-mails que nos chegam todos os dias se queixando, dando as indicações. E o Ver. Adeli Sell, agora, começou a guardar todo o fax que manda para o conselho tutelar, porque com isto aqui eu vou à Corregedoria dos Conselhos Tutelares, eu vou à Promotoria da Criança e da Juventude, porque nós não podemos tolerar que no dia 30 de setembro, ônibus, carros, tenham transportado eleitores para eleger quarenta conselheiros tutelares - todo mundo sabe que isto aconteceu, todo mundo em Porto Alegre sabe que distribuíram alimentos na Vila Farrapos.

O Ver. Isaac Ainhorn, como é do seu feitio, faz provocações fora do microfone. Eu acho que o Ver. Isaac Ainhorn, provavelmente, também não enxerga que tem crianças que estão sendo, hoje, usadas no trabalho infantil. Os conselheiros tutelares não vêem. É uma função do Conselho Tutelar, isso é uma Lei Federal que criou os Conselhos Tutelares, a Prefeitura tem responsabilidades, tem vários programas, tem mais de mil famílias atendidas pelos Núcleos de Assistência Sociofamiliar. Agora, quem tem o dever, quem tem a legalidade da mão para cuidar desta questão é o Conselho Tutelar, não é a Prefeitura. Vamos acabar com essa história, nós temos que colocar o Conselho Tutelar em cobrança permanente, Ver. Reginaldo Pujol. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.

V. Ex.ª dispõe de cinco minutos regimentais podendo neste período conceder apartes se julgar conveniente. Antes, porém, permitam-me que eu responda à indagação da Liderança do PFL, Ver. Luiz Braz. Informa a Diretoria Legislativa que a Procuradoria, diligentemente, ouviu o Requerimento de V. Ex.ª, formulado da tribuna, e informa que o assunto se encontra sob os seus cuidados, por solicitação da Presidência da Casa, e que na segunda-feira, impreterivelmente, a opinião da Procuradoria será exarada e comunicada a V. Ex.ª e ao Plenário. Espero ter atendido ao Requerimento de V. Ex.ª e louvo a presteza da Diretoria Legislativa e da Procuradoria, que sempre prontamente e diligentemente nos trazem a informação.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste, quem já não ouviu falar sobre o mosquito aedes aegypti, que transmite a doença chamada dengue? É, na verdade, uma das maiores epidemias, eu diria do mundo, porque ele contamina mais de cinqüenta milhões de pessoas a cada ano. Esse mosquito se concentra mais - no mundo - no sudeste da Ásia, na África e nas Américas. No Brasil, especificamente, temos seis Estados que são mais atingidos; nesses, neste ano, já foram contaminadas mais de sessenta e nove mil pessoas. Se formos olhar quais são os Estados mais atingidos, só no Rio de Janeiro, na semana passada, os casos ultrapassavam quarenta e cinco mil. Ontem, já havia mais de cinqüenta e um mil novecentos e sessenta e três casos. Portanto, em uma semana mais de seis mil casos apenas em um Estado. Cabe salientar que aqui no Rio Grande do Sul temos apenas duzentos e oitenta e três casos considerados focos da dengue, mas apenas sessenta e três casos confirmados. E todos esses sessenta e três casos foram contraídos em outros Estados; isto é, companheiros, pessoas, visitantes, turistas que migraram de outros Estados e acabaram contraindo a doença chamada dengue.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, cumprimento V. Ex.ª pela oportuna intervenção sobre um tema que deve ser objeto de uma grande preocupação desta Casa. Este é um assunto que deve ser tratado, permanentemente, de forma preventiva, para que não aconteça a epidemia. Lembro a V. Ex.ª que, no ano passado, infelizmente, a verba que era destinada à prevenção de doenças epidemiológicas foi destinada para a compra de um imóvel no valor de 1 milhão e 600 mil reais, sustentado pelo Líder da Bancada do PT, Ver. Estilac Xavier, mas que até, inteligentemente, não estava aqui na hora para votar aquela autorização. Muito obrigado.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: O Ver. Isaac Ainhorn, inteligentemente, sempre coloca algum fato no sentido de desviar o assunto. O prédio adquirido para a vigilância sanitária é exatamente para dar a estrutura para combater as epidemias, que é o caso da dengue. Essa intervenção foi completamente deslocada.

É importante salientar que a Prefeitura de Porto Alegre tem duzentos e dez funcionários já trabalhando no combate ao mosquito transmissor da dengue. E embora já constatada a existência da doença em quarenta e três casos, só sete casos de dengue estão confirmados, oriundos de outros Estados. Nesse sentido, nós queremos preparar a população para que contribua com os agentes comunitários, com os agentes de saúde, recebendo-os em suas casas para a vistoria dos locais.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero parabenizá-lo pelo tema exposto que, pela sua gravidade, no dia de hoje eu já havia tratado.

 Gostaria de salientar que, se quiséssemos deturpar, diríamos que o Rio de Janeiro, dirigido pelo Sr. Anthony Garotinho, é maior centro infectado com a epidemia. Nós não iremos cometer esta injustiça, porque nós temos claro que foi o desmonte do Ministério da Saúde - já trouxemos os dados aqui - o causador dessa epidemia no Rio, São Paulo, e assim por diante. Mas chamamos a atenção do Ver. Isaac Ainhorn para que devemos tratar esta questão com seriedade e não com intenções políticas secundárias. Parabéns pela sua intervenção.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Ver. Raul Carrion, agradeço a sua excelente intervenção. Gostaria de comunicar ao Ver. Isaac Ainhorn que no Rio de Janeiro já ultrapassam mais de cinqüenta mil pessoas; Mato Grosso do Sul mais de oito mil; Goiás mais de cinco mil casos; Minas Gerais mais de quatro mil casos; Espírito Santo, mais de quatro mil casos e na Bahia, terra de Antônio Carlos Magalhães, mais de dois mil trezentos e cinqüenta e oito casos. Portanto, o Estado do Rio Grande do Sul está erradicando, sim, o mosquito transmissor da dengue, mas é de fundamental importância aderirmos a essa causa e disponibilizarmos as nossas casas para que os agentes de saúde possam fazer a verificação desse focos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, parece-me que o Governo Federal, em matéria da Saúde, na área epidemiológica, reduziu as verbas em dez vezes daquilo que, em 1999, aplicava no combate às epidemias.
A mesma política, Ver. João Antonio Dib, que o Governo Olívio Dutra pratica em relação à Segurança Pública. É por isso que o Rio Grande do Sul está vivendo esse verdadeiro caos na Segurança Pública. Esse caos decorre do sucatamento e da desqualificação do profissional da Segurança Pública, chegando ao desrespeito àqueles que colocam a sua vida em risco para enfrentar os meliantes, os bandidos. É o que acontece no cotidiano da vida do Estado do Rio Grande do Sul.

É isso mesmo: infelizmente, no plano federal e no estadual, o descaso com as questões essenciais como a saúde e a segurança não estão relegadas a um segundo plano, estão relegadas ao último plano, porque existem outras prioridades, sobretudo aquelas do jogo de se manter no poder.

Mas há pouco eu ouvi, aqui, o Ver. Adeli Sell falando sobre os Conselhos Tutelares e, hoje, de forma atenta, o Ver. Adeli Sell está questionando a atuação do Conselho Tutelar na cidade de Porto Alegre e dos conselheiros tutelares. Agora, acho até que é uma preocupação válida que se encontra nas atribuições do exercício parlamentar do Vereador, ou seja, avaliar, perquirir, buscar as causas, muitas vezes, da inação do Conselho Tutelar. Eu não tenho procuração dos atuais conselheiros tutelares para formular qualquer defesa, mas, como parlamentar, devo dizer o seguinte: em primeiro lugar, foram indicados no ano passado. Aliás, as práticas eleitoreiras não foram inauguradas no ano passado. O Ver. Adeli Sell passou agora a denunciante depois que o Partido dos Trabalhadores perdeu a hegemonia nas eleições dos conselheiros tutelares da cidade de Porto Alegre. A partir daí, sim, começaram a questionar. Parece que os seus possíveis aliados, do PT, que são ligados às igrejas evangélicas e que começaram a atuar politicamente e participando no cotidiano da Cidade, fizeram indicações aos Conselhos Tutelares e foram vitoriosos, e isso aí desagradou ao PT. É isso que está acontecendo em Porto Alegre: desagradou ao PT, porque o PT está, no Orçamento Participativo, usando - através da tutela e da máquina do Município – a estrutura governamental para manter e questionar a autonomia do movimento comunitário da cidade de Porto Alegre, isso em primeiro lugar. Agora, na área dos conselhos tutelares, como eles estão perdendo a hegemonia, nas eleições perderam, parece que o PT indicou conselheiros tutelares e ficou muito reduzida a sua representação.

Este Vereador, há anos, denunciava que o PT estava fazendo do Conselho Tutelar uma correia de transmissão dos interesses partidários do PT, lá dentro, na estrutura da máquina. Agora, quem está denunciando é o Ver. Adeli Sell, que faz o seu discurso e sai do Plenário.

 

O Sr. João Bosco Vaz: O Ver. Adeli Sell não é PT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Não é verdade, Ver. João Bosco Vaz, o Ver. Adeli Sell pertence à corrente, hoje, de apoio à candidatura do Dr. Tarso Fernando Genro ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Ele vem aqui, questiona e depois não está aqui para discutir comigo, por meio da polêmica, do debate, do aparte. O aparte que vou conceder à Ver.ª Sofia Cavedon.

 

A Sr.ª Sofia Cavedon: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço Ver. Isaac Ainhorn, há que se fazer justiça ao Ver. Adeli Sell. Ele vem questionando os conselheiros tutelares, a ação do Conselho antes das eleições, portanto, antes de saber quem seriam os eleitos. Então, V. Ex.ª não faça injustiça ao dizer que ele faz isso depois.

Queria dizer, Vereador, que nós tínhamos de ter mais cuidado, tanto o Ver. Adeli Sell quanto V. Ex.ª em avaliar aqui a atuação dos conselheiros tutelares, porque há uma série de situações que eles vivenciam e que, muitas vezes, encaminham e depois não têm como manter a situação, porque a família é desorganizada, etc. Assim, temos de ter um pouco mais de cuidado para contribuir mais.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Acho que V. Ex.ª tem razão nas análises, V. Ex.ª age com muito cuidado, quando diz que se tem de ter cuidado na análise da atuação dos conselheiros tutelares, porque eles, no exercício das suas funções, enfrentam inúmeras dificuldades. Não conheço pessoalmente os conselheiros tutelares da cidade de Porto Alegre, até porque não tenho esse tipo de atuação, porque o PT é muito ágil em atuação nesses fóruns que envolvem eleições. Aliás, que não deveriam ser correios de transmissão.

Encerro dizendo o seguinte: é que antes das eleições já se sentia no clima uma derrota dos indicados pelo PT, nas eleições dos conselheiros tutelares.

Como o Ver. Estilac Xavier, como diz o Ver. Sebastião Melo, é o “subcorregedor” desta Casa, ele já olhou para o relógio, e, como eu tenho carinho e deferência à Presidenta dos trabalhos, Ver.ª Helena Bonumá, encerro o meu discurso agradecendo a V. Ex.ª pela tolerância e ao “subcorregedor” Estilac Xavier pela admoestação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Em nome da Mesa Diretora da Câmara e da bancada das Vereadoras, aproveito para convidar todos para a Semana da Mulher que se realiza nesta Casa de 4 a 8 de março da semana que vem, iniciando com uma feira para geração de renda ao grupo de mulheres, na segunda-feira, e tendo, na quinta-feira, às 19h, a Sessão Solene em homenagem às mulheres.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.ª Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, eu vinha hoje deliberado a utilizar este período para abordar objetivamente um tema que já está sendo repetitivo nesta Casa, que é a necessidade de se encarar, objetivamente e de forma muito contundente, o problema dos alagamentos na cidade de Porto Alegre. Bastou que hoje chovesse às 7h para que eu recebesse inúmeros telefonemas na minha residência com alegações de pessoas dos mais diversos bairros da Cidade, dizendo que não tinham condições de tirar os seus veículos de casa e de trafegar pelas ruas.

Esse é um problema muito sério, não dá mais para dizermos que os alagamentos só ocorrem porque as bocas-de-lobo estão entupidas, porque, além disso, nós temos redes insuficientes, incapazes de transportar a água recolhida. As redes novas têm dimensões superiores às antigas, conduzindo as águas que vêm da chuva sendo jogadas num cano de dimensão inferior, o que, evidentemente, produz a saturação e as conseqüências que todos nós estamos vendo nos alagamentos.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, V. Ex.ª, com toda a sua sabedoria, está discorrendo bem sobre esse tema. Nós queremos apenas minimizar os problemas com o nosso Projeto. Aquele conduto forçado da Avenida 24 de Outubro para resolver o problema da Goethe, daquelas regiões, de acordo com os levantamentos que ouvi do ex-Vereador Airto Ferrotano, estaria orçado em 22 milhões de reais. Como o orçamento do DEP é bem inferior a isso para obras, penso que ficaremos esperando uma vida toda por uma solução. Muito obrigado.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: V. Ex.ª tem razão com esse particular, como tem razão no seu esforço em minimizar essa situação. O importante é que até mesmo nos números há um desencontro da Administração Municipal. O Ver. Airto Ferronato informou que seriam necessários 22 milhões, mas ouvi de outra autoridade do Município, penso que até do próprio Prefeito, que seriam 9 ou 10 milhões, há outros ainda que falam em 30 milhões; ninguém sabe, ninguém quantifica em valores financeiros, não se sabe exatamente o que fazer diante da situação. Eu diria que a primeira coisa a ser feita é enfrentar a situação. O Ver. João Antonio Dib diz que melhor do que qualquer palavra é o enfretamento do problema. Eu não posso achar que Deus e que São Pedro estão castigando o PT, porque até no Governo Collares não tinha aquele foco de alagamento ali. Por que é que tem agora? Alguma falta de planejamento. Então, têm de se triplicar os recursos do DEP, quintuplicar. Se têm hoje 5 milhões de reais no Orçamento, aumentem para 50 milhões; tirem de outros lugares, porque Porto Alegre não pode ficar submetida a essa situação absolutamente inaceitável.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço, Ver. Reginaldo Pujol. Os levantamentos dos pontos críticos da Cidade são sabidos pela Prefeitura, em todas as regiões. Na Leste, Ângelo Crivelaro e outras; na Lomba...

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Desculpe-me, Vereador, mas se V. Ex.ª vai ler, vai me tomar todo o tempo.

 

O Sr. Estilac Xavier: Não vou ler tudo, só para indicar a V. Ex.ª que, a partir deste relatório de que eu disponho aqui, porque eu sei que freqüentemente os senhores usam a tribuna para isso, estão os pontos críticos sobre os quais existem ações do Governo, de macro e microdrenagem, algumas delas como a da Álvaro Chaves e Polônia...

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Estão quantificados os custos, o que necessita de recursos?

 

O Sr. Estilac Xavier: Evidente que sim, inclusive V. Ex.ª sabe que este ano serão investidos em torno de 4 milhões de reais na região do Bairro São Geraldo, que é um assunto que estamos tratando aqui na Câmara.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu agradeço a V. Ex.ª. Espero não ter sido indelicado, é que o tempo é muito curto e eu gostaria de não deixar a tribuna sem fazer uma colocação que eu considero um dever fazer.

Ninguém desconhece, nesta Casa, a nossa posição com relação à previdência e ao Montepio. Nenhum fato que ocorreu altera a nossa posição. Continuamos entendendo que o Montepio, como instituição, é merecedor do nosso maior respeito, e que não é a circunstância de que seus dirigentes estejam sendo acusados de má gestão que vai fazer com que nós nos filiemos à corrente daqueles que querem a sua extinção e que estão contribuindo para que ela ocorra. O fato de que algo seja mal administrado, se é que está sendo mal administrado o Montepio, não autoriza que se fechem as instituições. No meu entendimento, a cidade de Porto Alegre está sendo mal administrada no momento. Tem um Prefeito que, no meu entendimento, comete ilegalidades. Nem por isso eu quero que feche a Prefeitura. Apesar de que ela está fechada; o Prefeito está alugando um prédio anexo ali; ele fechou a Prefeitura. Então, eu tinha o dever, Ver.ª Sofia Cavedon, de dizer que esse fato não altera em nada as minhas convicções. V. Ex.ª pode estar festejando uma vitória política da sua agremiação, que efetivamente apostou em derrotar a diretoria do Montepio. Parece que está conseguindo. Não altero a minha posição com relação à instituição; outros decidem e moldam as funções em função das pessoas, eu as moldo em função das instituições. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Encerrado o período de Comunicações.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, demais pessoas que nos assistem pela TV Câmara, quero saudar todos. Quero agradecer ao Ver. Isaac Ainhorn, Líder da Bancada, por ter-me concedido o tempo para falar em nome do PDT em Comunicação de Líder.

No início das Sessões Ordinárias desta Casa este, Vereador fez um pedido da constituição de uma comissão externa para que fossem apuradas e averiguadas todas as irregularidades que houve na nossa Cidade no último carnaval, a maior festa popular do Brasil. Nós lamentamos, assim como vários Vereadores que já se pronunciaram nesta tribuna, a respeito de tudo o que aconteceu no carnaval em Porto Alegre. O pedido da constituição dessa comissão externa, conforme determina o nosso Regimento, teria de passar por três Comissões. Na primeira delas, a CEFOR - Comissão de Economia, Finanças e Orçamento - de pronto, o seu Presidente, Ver. Sebastião Melo, colocou o pedido à apreciação dos Vereadores que a compõem, e, por unanimidade, os Vereadores presentes no dia 20, dia da reunião, se pronunciaram favoravelmente à criação da Comissão Especial, inclusive o Ver. Adeli Sell. De pronto, eu peguei o Parecer da CEFOR e fui entregar à CECE para que ela desse o Parecer favorável ou não sobre a criação dessa Comissão. Inclusive uma das três Comissões poderia, legalmente, conforme reza o nosso Regimento, pegar para si a averiguação das irregularidades do carnaval, com o que este Vereador concorda plenamente. Só que a nobre Ver.ª Maria Celeste, grande Vereadora desta Casa, deveria ter colocado o pedido, naquele momento, à apreciação e à votação do Vereadores. Assim este Vereador entende, Vereadora. Isso não foi feito. A Ver.ª Sofia Cavedon pediu vista – é nisso que me vou deter um pouco mais -, pediu vista de quê? Não há nada no bojo do pedido, algo que a Vereadora poderia pedir vista. Naquele momento, havia somente um pedido: que fosse criada uma comissão externa. Este Vereador entende que um Vereador pode pedir vista a um processo, legalmente e de direito, onde há algo no bojo do projeto. Não tinha por que pedir vista, era só um pedido de uma Comissão Externa. Pedir vista do quê? Essa é a minha dúvida.

Este Vereador quer que sejam esclarecidas todas as irregularidades que houve nesse carnaval. Nós, como Vereadores eleitos pela população de Porto Alegre, temos o dever de esclarecer e fiscalizar aquilo que nós achamos de direito do Vereador. É isso que este Vereador quer. Eu esperei, desde o dia 20, Vereadora, que a Comissão tomasse uma decisão. Então, que a Comissão coloque em votação, pelos membros da Comissão, o meu pedido, é um apelo que eu faço para a nossa nobre colega Ver.ª Maria Celeste. Ou a Comissão aceita essa Comissão Externa, ou a Comissão chama para si a responsabilidade de fiscalizar todas as irregularidades que houve no último carnaval. É isso que nós esperamos, é isso que a população de Porto Alegre espera e sobre esses fatos ela precisa ser esclarecida. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr.ª Presidenta, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho uma relação de amizade com pessoas que têm um trabalho social extremamente importante para a cidade de Porto Alegre, mas também vivem no anonimato desse seu trabalho: são os organizadores, os controladores da Comunidade Terapêutica Fazenda Novos Rumos, no Bairro do Lami. O que é isso, na verdade? (Lê.) “Se você quer usar álcool ou drogas, o problema é seu; se você quer parar de usar, o problema é nosso.” Esse é o lema dessas pessoas que tiveram, nas suas relações pessoais, particulares e familiares, problemas de uso de drogas e álcool, que os levaram a criar a Comunidade Terapêutica Novos Rumos, uma casa que abriga dependentes químicos, com recursos seus; não existe nenhuma participação de órgão público. A maioria das pessoas que lá estão fazendo tratamento não têm nem condições de pagar; procuram essa entidade como a única alternativa de recuperação das suas vidas. Esses tratamentos são custeados pelos proprietários, por essas pessoas que têm nessa causa social a razão de conduzirem as suas vidas, tendo em vista que o proprietário já vendeu casa, já vendeu automóveis, já abriu mão de coisas pessoais para investir nesse seu projeto, em reconhecimento, em agradecimento à recuperação de uma pessoa próxima a si.

Procuraram-me, no mês de novembro, para que pudessem manter a recuperação e reinserção social dessas pessoas, já que a sua entidade não tem fins lucrativos e, sem recursos próprios, mantém-se a partir de contribuições e doações. Eles queriam ver se poderiam-se credenciar junto ao órgão de saúde pública municipal para que tivessem apoio oficial para a manutenção dessa importante casa de recuperação. Isso em novembro. Procuraram a Secretaria Municipal de Saúde, por orientação deste Vereador, até porque eu não sabia como conduzir esse processo. E lá procuraram a enfermeira Mithyo. Foi em novembro - estamos entrando em março; até hoje não conseguiram falar com a enfermeira Mithyo. Fui procurá-los na terça-feira, e eles, constrangidos: “Vereador nós não conseguirmos falar com as pessoas na Secretaria de Saúde; essa enfermeira Mithyo é responsável pela saúde mental na Secretaria da Saúde.” Ligamos diversas vezes e fomos informados de que ela estava em férias, em dezembro, de que participava de um Congresso, que estava em licença, etc. Este Vereador ligou para a Secretaria de Saúde para falar com a enfermeira Mithyo, depois da comunicação deles, da comunidade, de que não conseguiam falar com essa enfermeira. Fui informado de que ela estava em férias, a mesma informação que eles tiveram em dezembro: de que ela estava em férias. Parto do princípio de que ela deveria ter outros períodos de férias vencidos, mas também em fevereiro ela estava em férias. Perguntei com quem eu deveria falar. Ninguém sabia. Essa instituição extremamente importante para a sociedade porto-alegrense queria somente a informação para ver se havia a possibilidade de um cadastramento junto à Secretaria Municipal de Saúde, para conseguir, quem sabe, um apoio. Eu disse: Então, eu quero falar com o Secretário. O Ver. Fernando Záchia quer falar com o Secretário, Dr. Joaquim. “Está em férias, volta no dia 4.” Legítimo direito de todos nós. “Quero falar com a Secretária substituta.” Informaram-me que era a Dr.ª Ana Regina Bool. Só trabalha à tarde. Então, não consigo entender. “O Secretário substituto só trabalha à tarde?” Eu: Hoje ou sempre? Responderam-me: “Sempre, no período de substituição ao Secretário titular a Dr.ª Ana Bool só trabalha à tarde.” Se houver algum problema envolvendo saúde pública municipal, com quem falaremos? A enfermeira Mithyo, a responsável, está permanentemente ausente; o Secretário está no seu direito de tirar férias; o Secretário substituto só trabalha à tarde; então, vamos torcer, vamos rezar para que não aconteça nada pela manhã! Recebi um telefonema da Dr.ª na Bool à tarde, dando retorno à minha ligação, mas eu estava na Comissão de Educação e não consegui atendê-la.

Relato isso porque a história dessas pessoas da Comunidade Terapêutica Novos Rumos é absolutamente fantástica: pessoas abriram mão de suas coisas pessoais para poder investir. Porque recuperaram um parente, um filho, estão dando apoio a filhos de pessoas que não conhecem, com recursos pessoais, sendo que, para isso venderam casas e dois automóveis. Querem uma informação da Secretaria Municipal da Saúde para saber se há uma possibilidade de um cadastramento para que possam conseguir apoio. Eles não conseguem sequer obter a informação, muito menos, evidentemente, a ajuda. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ao pessoal que faz a “rádio corredor”, que, na quarta-feira informaram que eu estava em Santos para o jogo do Internacional, informo que estava adoentado, com atestado médico. Então a “rádio corredor”, mais uma vez, “caiu do burro” a respeito deste Vereador.

Usando o espaço de Comunicação de Líder do PHS - é liderança de um homem só, de uma Bancada de um homem só; acho isso errado, mas está no Regulamento, e outras Bancadas de um homem só fazem uso desse período - nesta sexta-feira, gostaria de abordar o assunto de forma geral, que é a cidade de Porto Alegre. Abandonada de um lado, parte da Cidade vê com outros olhos a sua metrópole; e, quanto a outra parte, o Governo, acha que está tudo às mil maravilhas e gasta uma fortuna com publicidade enganosa e consegue enganar parte do povo. O Ver. João Carlos Nedel mostrou fotografias de alguns lugares da Cidade onde o lixo está escancarado a céu aberto, entupindo as bocas-de-lobo, quando containers poderiam ser colocados em todos os locais próximos a vilas, onde os moradores, não tendo dinheiro para ir ao supermercado, não adquirem aquele hábito que todos nós temos do uso dos sacos plásticos das embalagens para embalar o lixo e, automaticamente, o vão deixando pelas calçadas próximas ao escoamento da água das chuvas, o que causa alagamentos na Cidade, que o PT enxerga como “Cidade Viva”, de exemplo para outras metrópoles do mundo. Eu juro que gostaria de ver a Cidade com os olhos petistas, mas não consigo. Quando pedi, aqui, verbas da publicidade para os meninos e meninas de rua, a pedido do juiz da Infância e da Adolescência, o Dr. Daltóe César, o mundo desabou sobre a minha cabeça com o lobby feito pelo PT junto aos meios de comunicação de nossa Cidade. E a minha frustração foi tamanha num problema onde eu esperava que o meu Projeto das verdadeiras casas-lares fosse um filé mignon na aprovação e no desenvolvimento da própria promessa do Prefeito quando de sua posse. Enganei-me no meu primeiro ano de parlamentar e agora vejo que as coisas na política são bem piores do que eu detectava de fora, apenas como homem de comunicação. Preciso-me acostumar com isso? Acho que não. Devo jogar a toalha? Certamente não. O meu desejo é que o Legislativo, um dia, tenha realmente maior autoridade junto ao Executivo com relação aos projetos daqui enviados. O número de projetos aqui aprovados e que foram vetados totalmente pela Prefeitura assusta qualquer um que, novo no pedaço, estranha o jeito de fazer política. E a maioria dos vetos foi em projetos da oposição.

Pedi uma audiência com o Prefeito a respeito do carnaval de nossa Cidade; não é possível que vamos continuar com tanta incompetência nesse caso. E, diante dessa incompetência, abre-se espaço para que as comunidades reajam dentro dos seus direitos, é verdade, mas atravancando uma decisão que deveria ser do Prefeito, com a cobertura política desta Casa. É impossível agradar a todos, e não devemos continuar fazendo da pista de eventos um palanque eleitoral de inúmeros Vereadores, cada um puxando a brasa para o seu assado. Assim não dá! Decididamente, não dá! Ou a Prefeitura assume a responsabilidade, bate o martelo definindo o local - até agora o Porto Seco é o mais indicado, mas, para mim, pouco importa, é quase zero a rejeição ao Porto Seco -, ou, no ano que vem, teremos, de novo, um impasse e a improvisação da passarela na Augusto de Carvalho.

Eu disse aqui que pretendo registrar em cartório a parte da incompetência que me toca nesse assunto, espero que essa minha atitude sirva de reação ao Prefeito, sabendo ele que, se assumir o problema de fato, se ele assumir finalmente a Prefeitura de Porto Alegre, e não apenas fazendo dela o seu trampolim para o Piratini, é possível que a Cidade seja, de fato, governável, e, num futuro próximo, possamos concordar com esta Cidade que o PT mostra maquiada ao mundo, daí sem maquiagem.

Ainda do espaço que me resta, gostaria de colocar a posição do Partido Humanista da Solidariedade a respeito da decisão do Tribunal de Justiça Eleitoral, que decidiu pela unificação das coligações estaduais em nível federal também. Achamos que foi uma decisão acertada, nessa resposta que foi dada à solicitação de Deputados do PDT, pois ela termina com essa verdadeira zorra, esse festival de coligações que existe no País, onde o partido “a” abraça o “b” no Estado e são inimigos mortais em nível de Presidência. Um pouquinho, só um pouquinho de coerência na política é o que espera o meu Partido, e a nossa posição, se a eleição fosse hoje, seria a seguinte: iríamos de Pedro Simon, para representar o gaúcho, a figura de um político ético, e um partido, o PMDB, devidamente identificado através da história da política brasileira como um agrupamento de homens que defendeu com unhas e dentes a volta da democracia neste País. Mas, se o Pedro Simon sair da luta, é evidente que o PHS irá estudar nova posição, pois ele, o PHS, não é um partido de um homem só, tem dono, sim, ele foi feito para a sociedade, para o exercício do humanismo e da solidariedade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Almerindo Filho está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALMERINDO FILHO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores; população de Porto Alegre que nos assiste na TV Câmara, usei esse período de Comunicação de Líder, em nome do Partido Social Liberal para tratar de dois assuntos: a homenagem que será realizada por esta Casa ao Jornal do Comércio, e a questão da segurança em Porto Alegre.

Na data de 27 de maio de 2002, iremos homenagear o septagésimo nono aniversário da Cia. Jornalística J. C. Jarros, tão conhecido Jornal do Comércio, que na última Sessão plenária obteve a unanimidade dos votos dos Vereadores, o que eu agradeço. O Jornal do Comércio, em sua trajetória, conseguiu não-somente sobreviver aos percalços de uma economia desequilibrada, mas manter-se fiel com o seu compromisso histórico de agir como integrador do processo de desenvolvimento econômico do nosso Estado, atendendo sempre aos anseios dos seus leitores, em sua maioria empresários e profissionais liberais ávidos por notícias imparciais de conteúdo inquestionável. Ao longo dos anos, temos acompanhado as melhorias implementadas pela empresa, com a finalidade de agregar valor à área editorial e consolidar-se como o mais importante jornal de economia e negócios do Rio Grande do Sul. Afora isso, tornou-se o único jornal especializado em publicidade legal, bem como demais atos legais a respeito de licitações públicas, servindo como colaborador do administrador público, em vista da publicidade e transparência conferida pelo jornal a esses atos. Pretendemos, com a realização dessa homenagem, não só comemorar, mas valorizar o trabalho sério e de qualidade oferecido por todos os funcionários do Jornal do Comércio à sociedade porto-alegrense e a sua importância na construção de uma economia regional sólida, bem como na consolidação democrática em nosso País.

Outro tema que me traz à tribuna se refere ao atual estado da segurança pública em nossa Cidade. Sou recente morador do Bairro Santa Teresa. O que mais me seduziu na escolha desse Bairro foi a imagem de aparente segurança, como se fosse um bairro residencial aos moldes do em que fui criado em minha infância. No entanto, percebo o estado de abandono desse Bairro que, segundo dados da Brigada Militar, é o campeão em Porto Alegre em seqüestros-relâmpagos, fato que tenho constatado periodicamente. A proximidade entre pessoas abastadas com famílias em uma situação de extrema miséria coloca essa região entre os pontos nevrálgicos da segurança em nossa Cidade. Freqüentemente, vejo jovens armados andando pelas ruas, casas com grades nas janelas e portas e grande número de imóveis para alugar. São os sinais da insegurança desse Bairro. Gostaria, sinceramente, de saber o que de fato está sendo feito a esse respeito, que medidas estão sendo tomadas para tranqüilizar os moradores desse Bairro. As pessoas simples do Bairro Santa Teresa querem saber o que a Prefeitura - da inclusão social - está fazendo, já que sabemos que a segurança pública para o Executivo de Porto Alegre é uma questão social. Que Deus abençoe a todos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero dar continuidade a minha manifestação de quarta-feira, quanto às coligações, sobre o posicionamento do Tribunal Superior Eleitoral, inclusive fiquei muito satisfeito que ontem no programa polêmico do Lauro Quadros, num programa do Lasier Martins a população chegou a mais de 80%, Ver. Isaac Ainhorn, de aprovação. O povo está cansado. Está cansado de manobras políticas, está cansado de linhas partidárias, às vezes, que não tem nada a ver com a conduta ideológica dos Partidos. A linha partidária ideológica faz com que nós tenhamos partidos fortes, e isso nós precisamos no nosso País: partidos fortes. Não pode ser simplesmente uma junção de partidos que não têm ideologicamente nada a ver, porque até agora nós vimos este País, o toma lá da cá. Exatamente, Ver. João Bosco Vaz, “dando é que se recebe”, e isso nós não queremos mais. Este aspecto de que as peculiaridades estaduais, municipais, tem a ver, pode até ter, mas nós temos que terminar. As peculiaridades fazem com que esse sistema político seja viciado, com essa alegação de que aqui no Rio Grande do Sul tem de ser assim, num aspecto. Eu até estou falando que eu quero ver o meu Partido, o Partido Trabalhista Brasileiro unificado numa idéia trabalhista. Queremos partidos fortes, ideologicamente definidos. Queremos Vereadores, Deputados, Prefeitos, sejam estaduais, Deputado Federal, Senadores, Presidente, vamos citar um caso aqui do Presidente Collor que, quando se elegeu, não tinha partido forte, era um balaio de gatos, em todos os sentidos, e depois deu naquilo que nós já sabemos, que não precisamos explicar, que não têm e não tinham uma linha ideológica, não tinha fundamento aquela candidatura, mas que ganhou a eleição pelo voto do povo e o povo está cansado. Quer ver uma linha, como anda o PTB, o PT, o PSDB, o PL, o PMDB que está aí também deteriorado como já falaram aqui. Então a peculiaridade do Estado não interessa e da Cidade não interessa mais. A eleição é nacional e, portanto, nós não queremos mais aquilo que alguns políticos estão fazendo, trocando de siglas por cargos no Executivo, no Legislativo, em nível municipal, estadual ou federal. A população cansou e nós cansamos também, nós não queremos mais essa prática.

Portanto, há, sem dúvida, uma posição firme, concreta do Tribunal Superior Eleitoral. Já estão tentando algumas manobras lá no Senado, mas, me parece, já começa a esvaziar, porque, na Comissão, muitos senadores não compareceram ontem. Já está amadurecendo a idéia. “Ah, vai prejudicar esse ou aquele partido; vai favorecer esse ou aquele partido.” Ora, a lei tem de ser cumprida. E se a lei é boa para o Brasil, é boa para os partidos, é boa para a moralização da política brasileira; ela deve ser modificada. Há pessoas que estranham as modificações. Ora, estranha quem está acostumado com essa corrida de cargos, de benefícios particulares. Estranha quem está acostumado com essa política baixa que nós devemos modificar no Brasil. Ainda bem que veio o momento de o Tribunal tomar posição. Estranham aqueles que não querem a mudança; estranham aqueles que querem ficar sempre à mercê de cargos, dos partidos de aluguel. Nós estamos cansados. Quem, de agora em diante, trocar de partido, vai ter de justificar à população, vai ter de justificar à legislação eleitoral, vai ter de dar uma justificativa muito lógica. Portanto, é um começo da reformulação partidária.

Quero também aqui elogiar a criação da Secretaria de Segurança de Canoas, independente de partido - o que é bom, Ver. Paulo Brum, temos de elogiar; e o que é ruim temos de criticar -, a iniciativa por si só é muito salutar. E aqui em Porto Alegre estamos esperando. E o Prefeito que quer ser Governador, que tem o Governo do Estado a seu lado, do mesmo partido, não toma providências. E o antropólogo Luís Eduardo Soares não apareceu mais aqui. Inclusive esteve nesta Casa dando depoimento. Onde está o seu trabalho? O que ele fez para Porto Alegre? Qual é a novidade na Segurança Pública deste Estado e em Porto Alegre, que é a nossa Capital, com mais de um milhão e trezentos mil habitantes? Ver. João Bosco Vaz, onde estão as providências? O homem já está abandonando o nosso Governo. Já está preocupado com as prévias, está discutindo, ganhando a mídia, mas a nossa Cidade está abandonada. O homem quer ser Governador do Estado e recém cumpriu um ano de mandato. Ele quer passar à sociedade que é light do PT. A população já está cansada disso. O Olívio é o bruto e o Tarso é o light! É uma briga feia! Nós temos que desmistificar esse aspecto, essa linha do PT que, às vezes, tem quinze, vinte, trinta linhas e tenta enganar a sociedade nesse aspecto de que o PT é light. “O PT da invasão não é o do Tarso, é do Olívio só. O PT da agitação não é o do Olívio, é do Tarso, ou o do Tarso não é o do Olívio;” eu não estou entendendo! Está difícil entender essa posição do PT. Portanto, queremos providências para a segurança da nossa Capital e do nosso Estado. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Nós queremos registrar, com muita satisfação, e cumprimentar os Vereadores: Pedro Américo Leal, Elói Guimarães, Carlos Alberto Garcia e Adeli Sell por terem sido distinguidos, no dia de hoje, pelo Comando do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar que lhes conferiu a Comenda Representativa do Corpo de Bombeiros do Estado pelos seus relevantes serviços prestados à comunidade rio-grandense. (Palmas.)

Um dos homenageados, Ver. Elói Guimarães, num gesto de lhaneza própria de seu perfil democrático, me diz que a Casa é que é a homenageada e nos sentimos homenageados nas figuras dos colegas que foram mui justamente distinguidos com esse diploma pelo Comando do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul.

O Ver. Carlos Alberto Garcia, Comendador do Corpo dos Bombeiros, está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, o Presidente dos trabalhos, Ver. Reginaldo Pujol, colocou a distinção que os Vereadores desta Casa, este Vereador, Ver. Elói Guimarães, Ver. Pedro Américo Leal, que lá estiveram e o Ver. Adeli Sell, que não pode estar presente, receberam com a Comenda Representativa do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul. Mas um detalhe importante, relativo ao ato de hoje, é que foi criado o Comando do Corpo de Bombeiros no Estado do Rio Grande do Sul dando uma espinha dorsal ao Corpo de Bombeiros, comunidade em todo o Estado do Rio Grande do Sul. Foi feita, lá, toda uma explicação da origem do Corpo de Bombeiros, que começou junto à Brigada Militar em 1935, quando as companhias de seguros internacionais saíram do Brasil, e elas tinham o hábito de ter Corpo de Bombeiros, aí então a Brigada Militar acolheu o Corpo de Bombeiros, criando, assim, uma especialização dentro da Brigada Militar, a especialização de bombeiros.

Mas uma das falas que me agradou muito - e tenho certeza que também agradou ao Ver. Elói Guimarães e ao Ver. Pedro Américo Leal que receberam essa honraria -, foi a do Comandante-Geral, o Cel. Gerson, quando disse que a primeira missão do Corpo de Bombeiros não era apagar incêndio, que a primeira missão era a prevenção. Ele relatou que a Brigada Militar, através do Corpo de Bombeiros, vai fazer um trabalho maciço junto às comunidades, principalmente na área preventiva, porque entende que o prevenir é muito mais importante do que simplesmente fazer a ação de apagar um incêndio.

O Secretário de Segurança e Justiça, José Paulo Bisol, também fez questão de ressaltar a importância da Brigada Militar como Corporação - dentro dos diversos Estados da Federação -, como a número um, ou seja, a Brigada Militar é reconhecida nacionalmente como a melhor Polícia Militar do nosso País. E fez questão de citar isso e, ao mesmo tempo, também, ressaltar que essa discussão do Corpo de Bombeiros foi uma grande discussão, internamente, dentro do corpo da Brigada Militar, e externamente com a sociedade civil.

É importante as senhoras e senhoras saberem que tinha toda uma discussão: se o Corpo de Bombeiros se desvincularia ou não da Brigada Militar. Então, entendeu-se por bem criar um Comando Estadual, ou seja, um Comando de Corpo de Bombeiros, mas junto à Corporação Brigada Militar, mostrando que quem ganha com isso é a sociedade do nosso Estado que quer, cada vez, sim, um policiamento mais efetivo, mais preventivo e, quando necessário, sim, um policiamento ostensivo.

Portanto, utilizando o tempo de Liderança do Partido Socialista Brasileiro, nosso Partido, mas quero neste momento falar também com aquiescência dos Vereadores Pedro Américo Leal do PPB, e Elói Guimarães do PTB, do agradecimento e o reconhecimento desses Vereadores por esta comenda dos serviços que nós fazemos pela Brigada Militar. Mas volto a dizer: o serviço que nós fazemos é pela totalidade da população, do povo da nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2156/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 131/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Maria Trindade um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 2155/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Diogenes Arruda Câmara um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 2912/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 189/01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Rua Carlos Marighella um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Cascata.

 

PROC. 2157/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 132/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que denomina Rua Olga Benario um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Farrapos.

 

PROC. 2914/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 191/01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Rua Lênin um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Cascata.

 

PROC. 0468/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 017/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que autoriza o estabelecimento de Permissão de Uso à Associação Beneficente Amigos de Belém Novo, de parte da área registrada sob o nº 60353 do Registro de Imóveis da 3ª Zona.

 

PROC. 0271/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 011/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que autoriza o Executivo Municipal a instalar Centro de Especialidades Médicas no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 0002/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 002/02, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que estabelece normas para a implantação de bicicletários no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 0016/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 003/02, de autoria do Ver. Raul Carrion, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Pedro de Arbues Martins Alvarez.

 

PROC. 0320/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 005/02, que declara de utilidade pública a Associação de Amigos da Escolinha Comunitária Crianças do Futuro.

 

PROC. 0376/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 007/02, que revoga a Lei nº 2.953, de 21 de outubro de 1966. (Centro Esotérico Vivekananda)

 

PROC. 0377/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 008/02, que revoga a Lei nº 5.074, de 29 de dezembro de 1981. (União Estadual dos Funcionários Executivos do Rio Grande do Sul)

 

PROC. 4593/01 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 116/01, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha à Professora Nilza Irulegui Bueno.

 

PROC. 0454/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 046/02, de autoria do Ver. Beto Moesch, que concede o título honorífico de Cidadã Emérita de Porto Alegre à Senhora Maria Elena Pereira Johannpeter.

 

PROC. 0319/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 004/02, que declara de utilidade pública a Congregação do Apostolado Católico - Irmãs Palotinas.

 

PROC. 0356/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 006/02, que altera a redação do art. 3º da Lei 8.686, de 27 de dezembro de 2000, que autoriza a alienação da passagem 07 do Loteamento Chácara Santos Neto aos lindeiros e dá outras providências.

 

PROC. 0378/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/02, que declara de utilidade pública a Mitra da Arquidiocese de Porto Alegre.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 0422/02 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 045/02, de autoria da Mesa Diretora, que concede o título honorífico de "Cidadão Integração de Porto Alegre" ao Cônsul Geral do Uruguai para os Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, Dr. Oscar Miguel Demaria Ferrai, e dá outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje eu me permito comentar o Projeto de Lei da minha colega de Bancada, Ver.ª Maristela Maffei, que estabelece normas para a implantação de bicicletários no Município de Porto Alegre. É interessante que a Vereadora coloca como elemento de agregação, além da exposição de motivos, um trabalho de Tiago de Moraes Alfonsin intitulado “Ciclismo Urbano como Promotor da Saúde”, um trabalho densamente ilustrativo que mostra a importância do uso da bicicleta relacionado à saúde das pessoas. Além disso, na exposição de motivos, a Vereadora enumera as possibilidades que existem, e isso inclusive está no próprio corpo do Projeto de Lei, em particular nos artigos 3.º e 4.º, que são decorrência do art. 2.º, que coloca a questão de os bicicletários contemplarem segurança e facilidade de acesso aos usuários. Além de locais em que as pessoas utilizam-se do transporte coletivo, a Vereadora coloca a questão dos prédios públicos, com a qual eu também concordo, mas talvez fosse o caso, Vereadora, de fazer uma pequena emenda colocando prédio público com “x” número de pessoas. Nós temos uma descentralização administrativa em alguns lugares e se ficar genericamente “prédios públicos”, nós acabamos não fazendo uma diferenciação entre, por exemplo, Centro Administrativo do Estado, onde deve necessariamente haver um bicicletário – aqui na Câmara, inclusive, há uma debilidade, porque as pessoas acabam colocando aqui na parte interna, junto com as motos, quando colocam. Às vezes, existe um prédio de um centro administrativo pequeno ou um posto de saúde que não necessariamente necessite de um bicicletário dentro dos moldes que a nobre Vereadora coloca. Talvez fosse o caso de se fazer uma pequena emenda para deixar o Projeto com a clareza que se tenta fazer aqui nos outros artigos.

De qualquer modo, Ver.ª Maristela Maffei, com esse reparo, para contribuir com a melhoria do Projeto, quero parabenizar V. Ex.ª, porque é uma questão extremamente importante. O Ver. Beto Moesch, sem dúvida nenhuma, vai se pronunciar, porque entende do assunto.

Eu quero aproveitar para comentar sobre a minha preocupação a respeito do caminho dos parques que é utilizado pelas bicicletas nos finais de semana e feriados. Talvez fosse agora o grande momento de nós aproveitarmos o debate aqui para levantar uma necessária campanha - até porque há vários funcionários da SMAM hoje aqui, além do próprio Secretário Gerson Almeida -, porque muitos carros estacionam indevidamente no caminho dos parques aos domingos. Talvez fosse o caso, aí sim, de ver um local, como no Parque Marinha ou próximo à Usina do Gasômetro, para o pessoal deixar as bicicletas e usufruir dos espaços de cultura, para depois fazer o seu caminho dos parques.

 

O Sr. Beto Moesch: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas para colaborar com o seu pronunciamento, Ver. Adeli Sell, e com o Projeto da Ver.ª Maristela Maffei. Por que é importante transformar isso em lei? Essa demanda de bicicletários na Cidade é antiga. Quando éramos conselheiros do Orçamento Participativo em 1995, aprovamos que a Prefeitura colocasse bicicletário em todos os espaços públicos da Cidade. Como isso não foi feito, este Projeto de Lei vem, portanto, normatizar, de uma vez por todas, essa demanda importantíssima para a cidade de Porto Alegre.

 

O SR. ADELI SELL: Eu proponho que V. Ex.ª, que tem o domínio do tema, no art. 4.º - talvez fosse o caso -, combinando com a Ver.ª Maristela Maffei, faça uma emenda para adendar essa questão agora colocada. Por exemplo, no Parque da Redenção, nosso Parque Farroupilha, temos alguns bicicletários, inclusive inadequados e, quando nós discutimos o mobiliário urbano – o Ver. Beto Moesch se lembra –, vimos que eles estão acostados na parte da grama, e, na verdade, só se utiliza a metade do bicicletário. Já que os técnicos da SMAM estão nos ouvindo e o Ver. Gerson Almeida está presente, nós aproveitamos esta manhã para comentar o Projeto da Ver.ª Maristela Maffei e, ao mesmo tempo, sugerir algumas modificações.

 

A Sr.ª Maristela Maffei: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero agradecer a V. Ex.ª por estar colocando com clareza o Projeto, e quero dizer que esse já acena para que os parques, e não apenas os locais públicos, mas também os da iniciativa privada, como supermercados e aglomerações, como shoppings... Tudo o que o Ver. Adeli Sell está colocando vem somar, e penso que não há problema nenhum, tanto faz que seja uma emenda sua ou do Ver. Beto Moesch, para mim será uma honra. Era isso que eu queria dizer. Obrigada.

 

O SR. ADELI SELL: Eu é que agradeço, Ver.ª Maristela Maffei. Deixo, portanto, essas colocações aqui, porque elas vêm no sentido de contribuir com a importância da utilização da bicicleta em Porto Alegre.

Nós sabemos, e a Ver.ª Maristela Maffei sabe, porque além de morar ela também atua na Lomba do Pinheiro, que a nossa Cidade tem acidentes geográficos bastante acentuados, mas nós temos uma orla maravilhosa, que pode ser muito bem usufruída pelas pessoas, dependendo do lugar onde a pessoa mora ela pode utilizar. Está bem lembrado no Projeto que, tendo um bicicletário em espaço de transporte coletivo, para a pessoa, por exemplo, saindo da 5.ª Unidade da Restinga, talvez seja muito interessante ela pegar um ônibus, dependendo onde ela vai trabalhar, deixando próxima a um daqueles terminais da Grande Restinga... Acho que é uma boa proposição, e tenho certeza de que o Ver. Beto Moesch auxiliará, e eu mesmo posso contribuir para fazermos algumas pequenas emendas para melhorar o Projeto de V. Ex.ª. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, a imprensa tem noticiado nos últimos dias uma nova realidade de vendas no Centro de Porto Alegre. Muitas pessoas que passam pela Rua dos Andradas são surpreendidas com a venda de um adesivo que tem sido colado em vários carros desta Cidade, que imita furos de bala.

A própria Brigada Militar, em notícia recente da imprensa, afirmou que, muitas vezes, deixa de fazer as suas atividades em defesa dos cidadãos nas ruas, porque são confundidos com esses carros que, tendo adesivos que imitam furos de bala, dão a impressão que foram atingidos e que as pessoas estariam fugindo neles, e a Brigada, por isso, começa a persegui-los. Isso gera, inclusive, a possibilidade de acidentes ou de que as pessoas que dirigem esses carros sejam feridas. Muitas vezes, quando esses motoristas não estão com os seus documentos em dia, acabam fugindo, o que poderia ocasionar uma violência maior nessa circunstância.

Nós temos visto que, no Brasil, há um crescimento da violência, da insegurança e os dados de descaso do Poder Público, do crescimento da violência urbana, de assaltos e roubos, têm gerado uma enorme expansão das notícias em relação a isso, criando uma banalização da violência e fazendo com que as pessoas comecem a conviver com isso sem poder refletir, no seu cotidiano, sobre a gravidade dessa realidade.

Dados oficiais de 1999 nos apontam que, em Porto Alegre, quinhentas armas, por dia, eram legalmente registradas. Portanto, quinhentas pessoas começaram a usar armas.

Os dados apresentados pelo Governo do Estado demonstraram que, neste verão, cresceram em 142,8% os crimes de roubo de veículos. Sabemos que há uma responsabilidade, uma atribuição da esfera federal na construção de leis em relação à venda de armas. Porém, todo os cidadãos de Porto Alegre, com o crescimento dos índices de violência da nossa Cidade, devem ter a preocupação de dar a sua contribuição na luta pela redução desses índices e pelo desenvolvimento de relações de paz, de tranqüilidade entre todos os cidadãos.

Nós, os Legisladores Municipais, como representantes dos interesses da Cidade, evidentemente, temos uma responsabilidade enorme no debate contra o crescimento da violência em Porto Alegre.

Procurada por algumas pessoas e assumindo neste momento a presidência da Comissão de Direitos Humanos desta Casa, achei que deveria imediatamente tomar uma iniciativa. E a iniciativa pela qual me decidi foi a construção de um Projeto de Lei que protocolei ontem nesta Casa e que trago para o debate neste Plenário. É um Projeto de Lei que proíbe a venda dos adesivos que simulam a perfuração de balas nos automóveis, como uma forma de trazer o debate a esta Casa e como uma forma de trazer o debate à sociedade a respeito de um tema de enorme gravidade em nosso País e que deve ser preocupação não apenas dos legisladores federais, mas do conjunto dos parlamentos deste País e da sociedade civil organizada. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sexta-feira, quatro horas e meia de Sessão, portanto, deve encerrar-se às 13h30min. Não sei se chegaremos até lá. Mas tenho a convicção de que não votaremos nada hoje, até porque já está marcada a Caminhada da Cidadania para ingressar no Ministério Público contra a ímpia e ilegal medida do Prefeito, majorando as tarifas de água e esgoto, sem que o Projeto de Lei passasse por esta Casa. Nós vamos dobrar o Prefeito, na lei. Mas não é esse o momento, o momento é de Pauta.

 

Nada menos do que dezoito Projetos de Lei estão hoje em Pauta, sendo que há vinte e sete na Ordem do Dia para serem votados. Vamos ver o que vai acontecer, mas não vai-se votar nenhum, é claro! Ainda há as treze Comunicações de Líder; já fizemos a Tribuna Popular; discutimos a pista de eventos. Mas aqui há muitas denominações de ruas. O Ver. Aldacir Oliboni quer homenagear Carlos Marighella. É uma homenagem. O mesmo Ver. Aldacir Oliboni quer denominar uma rua de Lenin. Essa rua Lenin, no Bairro Cascata, que ele quer denominar, já existe com esse nome, há até telefone na rua. E o Vereador, talvez, queira oficializar. Eu não sei se esse nome vai ser oficializado, ou não, mas há uma coisa que se chama direito consuetudinário, e o nome está, sem dúvida nenhuma, garantido. Mas tudo bem, ele pode regularizar, se for o caso.

O Ver. Dr. Goulart quer autorizar o Executivo Municipal a instalar um Centro de Especialidades Médicas no Município de Porto Alegre. Não é por falta de dinheiro, não, porque o Município recebe mais de 250 reais, por habitante, do Ministério da Saúde. E aplica, dos seus próprios recursos, cerca de 70 reais por habitante. Não há por que não fazer. Agora, Ver. Dr. Goulart, lamentavelmente, eu penso que nós vamos trabalhar em cima do seu Projeto, e a insensibilidade do Prefeito - que ainda não assumiu a Prefeitura, porque ele está tentando ser candidato ao Governo do Estado, depois de jurar que não seria candidato, e não foi o Partido que correu atrás dele, é ele que está correndo atrás da candidatura - imagino que se ele estiver de plantão naquele dia em que o Projeto aprovado aqui chegar, ele vai vetá-lo. Mas o Dr. Goulart quer especializações que necessitamos diariamente e as pessoas menos aquinhoadas não têm acesso, como: ginecologia, obstetrícia, neurologia, cardiologia, cardiologia vascular, pediatria, gastroenterologia, geriatria, oncologia, ortopedia e traumatologia, urologia, oftalmologia – precisa-se um ano para conseguir uma receita médica para fazer um par de óculos - e proctologia. Faço votos que consiga atingir o seu objetivo e que o prefeito de plantão aprove.

A Ver.ª Maristela Maffei quer um bicicletário. Quem lê, acha que é a coisa mais fácil, pois que esse Projeto de Lei trata da obrigatoriedade de bicicletário nos locais de uso comunal. É mais uma tentativa do Poder Público - e parece que vem lá do Sr. Prefeito, mas não é – de estimular o uso da bicicleta como meio de transporte individual no meio urbano na cidade de Porto Alegre. A falta de local apropriado e de fácil acesso para deixar a bicicleta é uma das principais razões que impedem o uso desse veículo sustentável e não poluente pelos cidadãos porto-alegrenses. Há poucos dias, vi um filme de alguém que escreveu a história da Princesa Diana, e ela sempre se movimentava, em Londres, com a bicicleta. Eu vi, em Londres, a bicicleta funcionando, mas em Porto Alegre, Ver.ª Maristela Maffei, tenho minhas dúvidas que consigamos fazer os porto-alegrenses transitarem de bicicleta sem morrer muita gente. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no dia de hoje, temos na Pauta quatro Projetos de nossa iniciativa; três dando nomes, a logradouros da nossa Cidade, de importantes personalidades e lutadores do nosso povo ou dos povos do mundo. Lembramos aqui Maria Trindade, sobrevivente do massacre da Lapa, quando diversos dirigentes do Partido Comunista do Brasil foram assassinados em 1986, uma militante da luta do nosso povo gaúcho que até hoje não havia sido lembrada numa denominação; o ex-Deputado Federal Diógenes Arruda, grande lutador do nosso povo também preso, torturado, durante a ditadura militar e que veio a falecer quando da anistia, ao retornar ao Brasil, na sua emoção e fruto de todas as sevícias que sofreu durante o regime militar; e Olga Benário, por todos conhecida e celebrizada no livro do Jornalista Fernando de Moraes, que foi companheira de Luiz Carlos Prestes, presa e enviada para as mãos da Gestapo de Hittler, e assassinada nos fornos crematórios do regime nazista naquele período tão trágico, tão triste, da história da humanidade.

Mas não queremos hoje entrar no detalhe desses projetos que consideramos importantes para a memória da humanidade, e queremo-nos dedicar ao Projeto que estamos colocando nesta Casa, dando o título de Cidadão de Porto Alegre a um grande brasileiro, a um grande gaúcho, nascido em Santana do Livramento, o Cel. Alvarez, para o qual tive a satisfação de colher já trinta e duas assinaturas dos Vereadores desta Casa, e tenho certeza de que o 33.º, pela razão de não estar presente no momento em que colhíamos as assinaturas, certamente votará e terá a sua assinatura aposta também ao nosso Projeto. O Cel. Alvarez, hoje com oitenta e três anos, completando oitenta e quatro neste ano, é uma referência histórica na luta do nosso povo. Quero registrar aqui que o Cel. Pedro Américo Leal fez questão de assinar e pediu que colocasse a sua assinatura acima da minha assinatura, apesar de ter divergências políticas com ele, mas pelo carinho e retidão desse Coronel. O Ver. João Antonio Dib também fez questão de assinar, e disse-me: “Se todos fossem honrados como o Cel. Alvarez, este País seria diferente.” O Ver. Luiz Braz também colocou a sua assinatura e tantos outros Vereadores. Eu teria de falar nos trinta e três Vereadores, e não recordo qual o Vereador que não teve a honra de colocar a sua assinatura.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Raul Carrion, eu sei que foi um equívoco de V. Ex.ª, mas eu vou pedir, por favor, que V. Ex.ª retire do seu pronunciamento uma afirmação que faz sobre “período negro da nossa história”. Essa é uma declaração racista.

 

O SR. RAUL CARRION: Eu concordo que é um equívoco meu, no sentido de que traz embutida uma apreciação até de fundo racista, que não é a postura deste Vereador, como todos sabem, mas que, às vezes, nos escapa pelo costume do vernáculo vulgar. Agradeço até, e desejo que seja retirado dos Anais da Casa, substituindo por um período trágico e triste que nós vivemos.

O Cel. Alvarez é conhecido nos seus tempos de Santa Maria como “Capitão do povo”. Eu tive a oportunidade de conhecê-lo, acredito que em 1965, na grande mobilização contra o assassinato do Sargento Raimundo Soares, o Sargento das mãos amarradas, quando se realizou uma grande manifestação em Porto Alegre, a qual culminou na Praça da Alfândega.

Eu terei de voltar a esta tribuna, novamente, porque queremos relatar um pouco para a juventude deste Estado, deste País e desta Cidade, a trajetória irreparável desse cidadão, seja a trajetória militar dele, seja a trajetória civil.

Lamento não poder conceder um aparte ao Ver. Isaac Ainhorn que foi outro entusiasta da assinatura desta homenagem e que certamente fará referências do seu convívio com esse grande brasileiro.

Voltarei à tribuna para tratar da vida do Cel. Alvarez, que teve uma trajetória, sem dúvida, brilhante, e que será uma honra para esta Câmara dar-lhe esse título de Cidadão de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Esta Presidência quer apregoar o recebimento de Processo encaminhado pelo Prefeito Municipal que encaminha cópias dos Processos Administrativos que tratam da revisão tarifária do transporte coletivo urbano, ônibus e lotação, que se encontra à disposição dos Srs. Líderes.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT (Requerimento): Ver. José Fortunati, eu queria requerer desde logo uma cópia deste Processo, eu já havia feito esta solicitação ao Ver. Sebastião Melo, como Presidente da CEFOR também.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): De plano esta Presidência autoriza a distribuição de uma cópia para todas as Lideranças de todas as Bancadas.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Para um esclarecimento, Sr. Presidente, eu gostaria de ser informado se o Prefeito encaminhou no prazo devido essa presente comunicação.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Vou me certificar da indagação feita pelo nobre Ver. João Carlos Nedel e depois informarei ao Plenário.

Quero anunciar a presença entre nós, que nos honra muito, do jovem Presidente da Câmara Municipal de Teutônia, Vereador do PMDB, Márcio Cristiano Vogel; seja bem-vindo a nossa Casa. (Palmas.)

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com muita honra gostaria de me referir ao Projeto do Ver. Dr. Humberto Goulart, que autoriza o Executivo Municipal a instalar Centro de Especialidades Médicas no Município de Porto Alegre. Dr. Humberto Goulart, sempre interessado em um problema vital para a sociedade que é a saúde. As pessoas têm dificuldades de obter consultas médicas, imaginem, senhoras e senhores, consultas com especialistas.

 

O Sr. Dr. Goulart: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, pelos nossos interesses em comum com a comunidade, sempre temos dividido o meu momento ou o seu momento na defesa dessa gente. E no momento atual que atravessa a saúde de Porto Alegre e, portanto, com reflexo nas pessoas pobres do Rio Grande do Sul, esse Projeto que V. Ex.ª me dá a honra de comentar é a grande resolução da saúde de Porto Alegre. Porque nós temos todas as especialidades truncadas no seu mister pela Central de Marcações. A Central de Marcações não é resolutiva. A Central de Marcações, eu diria, é perversa; porque ela fere, com maldade, o princípio básico do SUS, que é atendimento igual para todos. Ela privilegia - e é uma coisa que o PT não gosta, pelo menos diz que não gosta de privilegiar certos segmentos da sociedade, como o próprio Colégio Tiradentes, foi dito ontem, e eu estou contra o pensamento que foi expresso aqui -, um grupo de pessoas da Central de Marcação. No momento em que tivermos uma central de marcação - V. Ex.ª me desculpe, mas é tão importante o fato, Ver. João Carlos Nedel, que eu preciso desse tempinho -, porque lá nós teremos todos os médicos especializados para atender ad libitum, de forma enorme, de forma grande, de forma democrática as pessoas doentes da cidade de Porto Alegre.

E quem está me ouvindo na TV Câmara está sabendo exatamente o que eu digo, porque todas as famílias de Porto Alegre têm uma pessoa, neste momento, que não consegue consultar por essa ação perversa da Central de Marcações, que não tem resolução dentro da cidade de Porto Alegre. Essa central poderia nos permitir que medíssemos o que está acontecendo. Porque se num centro se albergam todos os especialistas que não têm consulta neste momento, nós podemos ir lá, pedir a planilha e medir o que está acontecendo. Muito obrigado pelo aparte, Ver. João Carlos Nedel.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Muito bem, ilustre Vereador, tenho certeza de que esse Projeto será devidamente apreciado, talvez até com pedido de urgência, devido à sua elevada importância. Parabéns, Ver. Dr. Goulart.

Mas, parabenizando, eu gostaria de parabenizar o Ver. Reginaldo Pujol que apresenta o Prêmio de Educação Thereza Noronha à Professora Nilza Irulegui Bueno, professora de grande atuação na área de educação. Efetivamente ela é uma professora, que aplica os seus talentos em benefício da educação, da sociedade, da transformação para a melhora deste mundo. Parabéns, Ver. Reginaldo Pujol, pela sua proposição!

O Ver. Beto Moesch apresenta um Projeto que concede o Título Honorífico de Cidadã Emérita à Sr.ª Maria Elena Pereira Johannpeter, que é a coordenadora da ONG Parceiros Voluntários, que tão grandes e elevados trabalhos tem prestado à nossa comunidade. Parabéns Ver. Beto Moesch!

Para encerrar, nós temos vários nomes de ruas aqui. O Ver. João Antônio Dib estava em dúvida com referência às Ruas Lenin e Carlos Marighella. Efetivamente, essas duas ruas já existem, têm inúmeros moradores lá residentes, com telefone. O que o Ver. Aldacir Oliboni está fazendo é oficializar, legalmente, esses nomes a pedido da Associação dos Moradores e dos componentes dessa Associação. Perfeitamente legal e regimental. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tive oportunidade de ouvir a parte final do pronunciamento do Ver. João Carlos Nedel a respeito do Projeto de Resolução n.º 116/01, de nossa autoria, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha à Professora Nilza Irulegui Bueno. O Ver. João Carlos Nedel, entre outros Vereadores desta Casa que conhecem a Professora Nilza, sabe especialmente do trabalho que ela realiza no Colégio Santo Antônio, colégio modelar, o mais tradicional colégio do Partenon, e teve condição de acentuar a correção da nossa proposta, o que me faz iniciar o meu pronunciamento agradecendo ao Ver. João Carlos Nedel esse apoiamento explícito que ofereceu ao Projeto de minha autoria quando nos antecedeu na tribuna.

Agora sou honrado com o aparte do meu Líder, Ver. Luiz Braz.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero cumprimentar V. Ex.ª pelo seu tirocínio, pela sua clareza de espírito ao oferecer esta homenagem à Professora Nilza Irulegui Bueno, porque ela conseguiu, com toda a sua competência, transformar o colégio Santo Antônio em um dos melhores colégios do Rio Grande do Sul, com certeza. Muito obrigado.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Ex.ª Eu tenho profundo afeto pela professora, que marca, de forma muito expressiva, o valor do magistério gaúcho, especialmente porque, pelos seus méritos, foi a primeira diretora leiga daquele educandário lassalista. O Ver. Carlos Alberto Garcia que, em determinado momento, dirigiu uma escola lassalista também sabe que é preciso que as pessoas tenham grande competência, grande mérito, grande qualificação para que, sendo leigas, lhes seja conferida essa condição, maior que honraria, de enorme responsabilidade: dirigir uma instituição de educação com essas características.

Estou-me referindo, Vereador - V. Ex.ª tem conhecimento da sua ex-colega, ex-colega porque V. Ex.ª não mais dirige o Colégio das Dores, dedicando-se por inteiro ao Instituto Porto Alegre -, à Professora Nilza Irulegui Bueno, do Colégio Santo Antônio. Sei que V. Ex.ª endossa, por inteiro, esta nossa iniciativa, como tenho a expectativa de ter o endosso formal e solidário de todos os demais componentes desta Casa.

A Pauta de hoje tem inúmeros projetos. O Ver. Raul Carrion inclusive acentuou um de sua autoria, que homenageia o Cel. Pedro Alvarez, um comunista de cepa, homem de qualidades, que me permite exercitar as minhas convicções na plenitude. Eu, que sou liberal, que nunca concordei com ele nos seus pontos de vista políticos, tenho que respeitá-lo como cidadão, eis que um homem íntegro. E as pessoas têm que ser medidas no valor pela coerência das coisas que realizam e pela coerência com que defendem as suas posições. Eu tenho, com muita franqueza, dito, de forma muito clara, que respeito sempre meus adversários quando eles têm valor. Não é a circunstância de terem posições diferentes da minha que lhes vai tirar o valor pessoal. No caso concreto do Cel. Pedro Alvarez, ele tem valor pessoal; por isso, integrei-me entre os signatários da proposta do Ver. Raul Carrion, e quando a sua secretária me levou a proposta mandei dizer-lhe que assinava com muita satisfação, que não era um ato formal, que era um ato que eu fazia conscientemente por conhecer a pessoa do homenageado e por entender que ele era merecedor da homenagem.

Por isso, Sr. Presidente, na medida em que sou alertado da conclusão do meu tempo, eu acentuo que, no caso concreto do Projeto por nós apresentado, que visa a homenagear a Professora Nilza Irulegui Bueno, eu o faço despindo-me dos vínculos pessoais que tenho com essa ilustre professora, e o faço num reconhecimento expresso à sua capacidade de educadora, de supervisora pedagógica e sobretudo de grande inovadora no Colégio Santo Antônio, que é a última das suas ocupações, ela que, desde Quaraí, minha terra natal, já vinha exercitando essa sua liderança, dirigindo escolas daquele município e vindo fazer a mesma coisa em Porto Alegre.

É por isso, Sr. Presidente, que, com tranqüilidade, faço a sustentação dessa proposta que leva a nossa assinatura. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, conforme amplamente noticiado pela grande imprensa nos dias de ontem e de hoje, o Ministério Público Estadual interpôs três ações judiciais contra a direção executiva do Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre e contra, também, a empresa que vendeu ao Montepio o Torres Palace Hotel, e teve deferidas medidas liminares que ocasionaram o afastamento de membros da direção, indisponibilidade de bens, quebra de sigilo fiscal e bancário de membros da direção e também da empresa que vendeu o Torres Palace Hotel.

Tenho em minhas mãos, Ver. Estilac Xavier - consegui ainda hoje, pela parte da manhã -, as três ações: duas ações civis públicas por atos de improbidade administrativa e uma medida cautelar, com pedido de liminar, que foi deferida, de afastamento das funções da diretoria e de indisponibilidade dos bens.

Eu quero, Ver. João Antonio Dib, neste momento, por um lado triste, porque foram vultosos os recursos públicos desviados indevidamente, numa das maiores orgias de recursos públicos já registradas na história desta Cidade e deste Estado, prestar uma homenagem a V. Ex.ª, Ver. João Antonio Dib. V. Ex.ª, na qualidade de Vice-Presidente da Comissão que, com muita honra, presidi, juntamente com a Relatora, Ver.ª Clênia Maranhão, possibilitaram, Ver. Sebastião Melo, que, com o tempo regulamentar do nosso Regimento, menos ainda, com apenas um mês, mas com um trabalho quase que cotidiano, Ver. João Antonio Dib - tínhamos reuniões diárias -, realizássemos uma das investigações mais sérias e responsáveis, e sem politizar, porque a Comissão tinha membros de todos os partidos, que funcionaram com o escopo principal de investigar a existência ou não de irregularidades. Conseguimos juntar documentos que, junto com documentos do Tribunal de Contas e junto com a investigação do Ministério Público Estadual, possibilitaram a constituição dessas três ações.

Quero, neste momento, dizer também que, se é triste, ele também é alegre, porque mostrou a competência desta Câmara e mostrou, acima de tudo, que o instrumento da CPI, quando bem utilizado, não para fins, Ver. Pedro Américo Leal, demagógicos ou eleitoreiros, mas para fins de investigação correta, no exercício do poder de fiscalização que cabe ao Legislativo, o Legislativo se engrandece, e esse instrumento, essencial para a democracia, se torna eficaz, responsável.

Neste momento, Ver. João Antonio Dib, que foi Vice-Presidente, quero homenagear também a Procuradora da Casa, a nossa querida Procuradora-Geral Marion Alimena, que nos deu todos os subsídios e, inclusive, obrigou-se a propor ação para que o Presidente do Montepio, hoje afastado, Luiz Carlos Mendelski, fosse obrigado a comparecer e prestar declarações à CPI. Infelizmente, àquela altura, ele escapuliu, e os oficiais de justiça tiveram que certificar que ele estava em lugar incerto e não sabido.

Quero homenagear aqui a funcionária Débora, que secretariou nossos trabalhos; a funcionária Mariza, que também possibilitou que nós fizéssemos uma peça que serviu quase que integralmente de base para que o Ministério Público Estadual propusesse essas ações. Inclusive, Ver. João Antonio Dib – que hoje vai ao Ministério Público –, solicito-lhe que, em meu nome, parabenize o Ministério Público Estadual pela agilidade, pela correção e pelo êxito dessas ações.

Para aqueles que não lembram do que apuramos naquele período, eu lembro que constatamos, de forma cabal e irretorquível, Ver. Cassiá Carpes, a compra de uma área de terras na Zona Sul da Cidade pelo preço de 1 milhão e 300 mil reais, quando o valor comprovado por um laudo de três arquitetos, pelo documento de transmissão de bens e pelo depoimento também do corretor, valia apenas 650 mil reais.

Sr. Presidente, V. Ex.ª tinha marcado três minutos só?

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Na verdade, esta Presidência não tinha marcado os dois minutos iniciais porque havia esquecido; por isso marcou mais três minutos.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Eu peço, pela importância do assunto, que V. Ex.ª tenha o mínimo de complacência. Eu vou tentar encaminhar o final da minha intervenção, pela sua importância. Eu me estava guiando pelo que marcava o relógio e talvez pudesse ter-me apressado mais.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Então, este Vereador não se estava guiando no momento em que estava parado, o que também não é justo.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Eu respeito. Peço apenas a oportunidade de concluir a minha intervenção. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Vereador, para concluir.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Muito obrigado, Presidente. A segunda questão investigada foi a compra de um hotel na cidade de Torres, 10% de um hotel por 4 milhões de reais, quando esse hotel, seis meses antes, havia sido comprado na integralidade por 7 milhões de reais. Não bastante isso, a responsabilidade de uma hipoteca junto ao Banco do Brasil, que era de quem vendia, que foi resgatada pelo Montepio, mais 4 milhões e 100 cem mil reais. Prejuízos seguidos, pagamento de honorários aviltantes, fizeram com que 10 milhões de reais fossem gastos para comprar 10% de um hotel de Torres. Por fim, para concluir, verificamos, comprovadamente, o pagamento de 16 milhões de reais a corretores localizados no Brasil, em Buenos Aires, em Lisboa, talvez em São Francisco da Califórnia, nos Estados Unidos para a busca de um empréstimo de 65 milhões de dólares que, ao final, não foram conseguidos e esse dinheiro se esvaiu pelo ralo.

Minhas homenagens ao Ver. João Antonio Dib e a todos os membros daquela CPI que honraram esse Parlamento e possibilitaram ao Ministério Público propor essas ações que agora entrego ao Presidente José Fortunati para que fique nos arquivos como um grande momento desta Câmara, na fiscalização de recursos públicos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Vereadores, de nada valeram os apelos feitos desta tribuna, por este Vereador, pelo Ver. Sebastião Melo e por outros Vereadores, para que o Prefeito não editasse o Decreto que majora as tarifas de água e esgoto. Mas o Prefeito, insensível, não teve dúvidas, mandou editar o Decreto. Eu tinha afirmado, na minha intervenção anterior, que foi um Decreto ímpio e ilegal. E esta é a verdade! É um Decreto contra a população porto-alegrense; ilegal porque é contra a lei. Mas, partindo da Prefeitura, as ilegalidades, o desrespeito à Lei, não são novidade. O Prefeito jura cumprir a Lei Orgânica e não o faz. Eu poderia citar aqui uma série de desrespeitos à Lei Orgânica, vou começar com uma coisa só.

Eu tenho um pedido de informações há mais de duzentos dias, que não foi respondido pelo Prefeito. Eu só perguntei – uma pergunta simples: quem autorizou, como é que está aquela construção ilegal na calçada da Mariland com a 24 de Outubro. E o Prefeito já foi advertido por esta Casa – proposição minha –, na sua gestão anterior, por não responder a pedido de providência em tempo hábil. Mas é ímpio o seu Decreto e é ilegal; contraria a Lei.

A Lei Complementar supera a Lei ordinária, mas a Lei diz que, estabelecido o preço básico – e foi estabelecido -, os reajustes se farão apenas pelo IGPM mensal. Por isso também quando o então Prefeito Olívio Dutra excedeu o IGPM foi advertido por esta Casa por proposição deste Vereador. Mas eles parecem esquecer as lições que daqui recebem. Dizendo que só pode reajustar pelo IGPM, diz: “Revogam-se as disposições em contrário.” Portanto, não tem mais o que discutir. É só o IGPM! Nós sugerimos que ele viesse a esta Casa com a proposta, para que a Casa pudesse discutir, como a FIERGS fez e propôs. Talvez 10% e não 17,97%; nem discutiram a proposição da FIERGS, apenas a colocaram de lado. O Prefeito não tem condições legais de dizer que a tarifa está acima ou abaixo da realidade, porque a Lei criou o DMAE, e eles querem se amparar, pois dizem que devem ser aplicados 25% das receitas correntes, é verdade, e o art. 11 diz isso, mas antes disso há um artigo que diz que o preço básico se compõe, em primeiro lugar, da mão-de-obra, de salários e vencimentos; depois diz, adiante, que o plano de trabalho, o plano de funções do DMAE deve ser submetido ao Conselho Deliberativo. Isso não aconteceu!

Quando fui Diretor havia duas supervisões; quando fui Prefeito havia duas; e agora há quatro supervisões. Eu tinha nove divisões, agora tem doze divisões. Isso tudo significa mais cargos em comissão, mais funções gratificadas. Fizeram escritórios, fizeram gerências, fizeram uma série de outras atividades que não foram aprovadas no Conselho nem aqui nesta Casa, e tudo isso deveria ter sido aprovado aqui. O Prefeito achou mais fácil fazer com que se aumentasse a tarifa e que o povo pagasse os desmandos da Administração da Prefeitura no DMAE e em outros órgãos da Administração. É tão ímpio, é tão ilegal, que o Diário Oficial de ontem não chegou nesta Casa, e o de hoje também não; eles estão escondendo alguma coisa, mas às 13h30min nós já iremos ao Ministério Público levar a nossa representação, a insatisfação da maioria dos Vereadores contra o absurdo de parte de S. Ex.ª o Sr. Prefeito.

Ora, quando eu fui Prefeito, no ano de 1985, o DMAE teve dificuldades, e eu que dizia administrar a escassez, e a administrava realmente, não tive dúvidas em passar 2 bilhões e 800 milhões de cruzeiros para que o DMAE pudesse cumprir com as suas obrigações. O Prefeito, que tem muito dinheiro aplicado no sistema financeiro - e uma das coisas que pedi ao Secretário da Fazenda era para ver no Diário Oficial a situação da Prefeitura perante o sistema financeiro no dia 31 de dezembro. Ele me prometeu para esta semana, mas os jornais desapareceram, os diários não foram editados ou se foram circularam só dentro da Prefeitura, não veio para a Casa. Nesses valores, mostra-se o quanto a Prefeitura tem aplicado no sistema financeiro, cerca de 150 milhões mensais entre junho e outubro.

Se o DMAE estava precisando de dinheiro, poderia reduzir os custos do seu organograma monumental, mas o Prefeito, que tem tanto dinheiro e esconde agora, poderia ter repassado alguma coisa para o DMAE, o DMAE que já repassou dinheiro para a Prefeitura na Administração Olívio Dutra. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, neste tempo do PSDB, em meu nome e do Ver. Paulo Brum, eu quero transmitir aos Srs. Vereadores, muito especialmente à opinião pública que acompanha as Sessões da Câmara de Vereadores por meio da nossa TV Câmara, o nosso estranhamento ante a essa contradição fantástica que quase todo dia, toda Sessão, nós assistimos aqui na Casa, de Vereadores da situação no Município e oposição em relação ao Governo Federal virem aqui falar mal do Governo Federal. Hoje, especialmente, assistimos a dois Vereadores falarem mal do Ministério da Saúde, mas jamais se referirem a todos os repasses que o Ministério da Saúde faz, quase que diariamente, à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, sem o que, diga-se de passagem, nem a Prefeitura Municipal, nem o Estado atingiriam os seus objetivos.

Falou-se, hoje, sobre a questão da vigilância sanitária e quero retomar essa referência. O espectador desta Sessão e a opinião pública em geral, que observem o prédio suntuoso construído pela Secretaria Estadual da Saúde, com o dinheiro do Ministério da Saúde, na Av. Ipiranga. Eu, particularmente, confesso que, se fosse Ministro, não autorizava um projeto desse tipo com dinheiro público. Penso que o dinheiro público não é para fazer palácios desse tipo e, sobretudo, para vigilância sanitária, eu prefiro que tenha agente na rua. Agora, o curioso, é que o prédio pronto, tem lá a placa da Secretaria Estadual da Saúde, já não tem mais nenhuma referência ao Governo Federal e ao Ministério da Saúde. Desaparece a referência e, obviamente, a memória pública, infelizmente, é muito curta. Então, fica o bônus e nós podemos continuar falando mal do Ministério da Saúde, que ninguém mais vai lembrar.

Mas, eu quero, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, citar aqui o relatório recebido no final da semana passada, do Ministério da Saúde, de verbas repassadas à Prefeitura de Porto Alegre. São aqui exatamente vinte e oito rubricas. Eu não vou ler todas, porque não vai dar tempo neste meu tempo disponível, mas eu quero citar algumas principais. (Lê.) “Cento e setenta e três mil e quatorze reais, teto financeiro de epidemiologia e controle de doenças.” Ou seja, toda a campanha de dengue que se está fazendo aqui agora no Rio Grande, não é exatamente com o dinheiro municipal, é com o dinheiro que vem do Ministério da Saúde. No que vou repetir também o que já disse: não é favor do Ministério, é obrigação, mas que pode ser ao menos reconhecido como participação do Governo Federal. “Cento e oitenta e sete mil, quatrocentos e vinte e dois reais e trinta e um centavos, campanha de oftalmologia – ações estratégicas.” Depois, nós vamos ter 17 milhões, 510 mil e 800 reais em relação ao serviço básico de saúde, que é o repasse mensal que o Governo Federal faz para o Governo Municipal. “Cento e quatorze mil, quatrocentos e quarenta e dois reais e setenta e cinco centavos – Programa de Assistência Farmacêutica Básica.”

“Pagamento de Queimados – ações estratégicas: 42 mil e 800 reais. Pagamento de varizes – ações estratégicas: 11 mil e 900 reais. Pagamento de Programa combate às carências nutricionais: 38 mil, 295 reais. Pagamento de Piso de Atenção Básica: 1 milhão, 123 mil, 245 reais. Pagamento de Ações Básicas de Vigilância Sanitária: 28 mil e 610 reais. Teto Financeiro de Epidemiologia e Controle de Doenças: novo repasse: 173 mil e 14 reais e 21 centavos. Programa para a aquisição de medicamentos para a saúde mental: 16 mil, 508 reais. Programa de Aquisição, novo lote: 16 mil, 508 reais. Programa de Assistência Farmacêutica Básica: 114 mil, 442 reais e 75 centavos. Ações básicas de vigilância sanitária: 28 mil, 610 mil reais. Programa de Agentes Comunitários de Saúde: 24 mil, 383 reais, e por aí afora. Mas aí o Líder do PC do B não lembra de falar disso aqui quando vem aqui falar mal do Ministério da Saúde, e ele recebe uma lista igual a esta, não lê, porque não quer. E aí falta, exatamente, com o respeito à opinião pública, porque não informa devidamente, nem mesmo o seu eleitor.

Fora isso, Sr. Presidente, do Ministério da Agricultura: repasse de 100 mil reais, com contrapartida específica de apenas 10 mil reais, para um trabalho vinculado, exatamente, ao Rio Grande do Sul.

Caixa Econômica Federal - repasse de 144 mil 770 reais do Sistema de Esgoto Sanitário de Belém Novo; 7.667 reais para o Pró Moradia, Condomínio Boa Vontade. E mais 616 mil, 211 reais para um trabalho ligado ao antigo projeto do BNDS com a Prefeitura de Porto Alegre.

Depois a Prefeitura de Porto Alegre e os Vereadores de oposição ao Governo Federal e situação no Município falam mal do Governo Federal. Só que esquecem de dizer que, praticamente, metade dos investimentos feitos nesta Cidade não vem do orçamento público municipal, vem tão-somente do Governo Federal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Juarez Pinheiro veio a esta tribuna - e até com razão, porque, afinal de contas, ele se esforçou muito para fazer esse trabalho -, e ele elogiou o trabalho do Ministério Público e o trabalho de alguns Vereadores e funcionários aqui desta Casa quando da CPI contra o Montepio dos municipários. Eu quero lembrar o Ver. Juarez Pinheiro que naquela época o Montepio havia mandado uma correspondência para cá solicitando ações contra o próprio Ver. Juarez Pinheiro, e eu fui um Vereador que vim a esta tribuna e disse que não caberia nenhum tipo de ação contra o Vereador. E os Vereadores desta Casa são absolutamente livres para fazer qualquer tipo de averiguação e para fazer o trabalho que acreditam que seja o mais correto para chegar até aquilo que eles acreditam que esteja prejudicando a população e o serviço público. Mas eu quero também que façam justiça a alguma coisa. O que aconteceu até agora não é uma sentença. Em qualquer processo como este nós temos uma ação normal, que é essa que foi tomada pela Justiça, de tornar indisponíveis os bens daquelas pessoas que estão envolvidas, até que se possa averiguar se houve culpa ou não; e, se houve culpa, quais foram os culpados, quais foram os responsáveis. Não se pode, a partir das notícias que estão sendo divulgadas, dizer que existe algum tipo de ação que foi nefasta à vida do funcionário ou o que realmente aconteceu que pudesse merecer de nós algum tipo de censura maior. Há uma declaração no jornal de hoje, na página 8, de um dos funcionários envolvidos, José Prates Ferraz, que classifica como providencial a ação impetrada pelo Ministério Público. Ele está dizendo que já estava na hora do Ministério Público fazer as averiguações, porque ele tem todas as condições até de fornecer os documentos para dizer a realidade que existe dentro do Montepio.

As nossas manifestações, sempre com relação a esse processo, Ver. João Antonio Dib, estiveram presas à convicção que continuamos tendo de que o Montepio dos municipários seria o melhor gestor do órgão previdenciário do Município. Eu continuo ainda afirmando que esta Casa cometeu um erro quando tirou do Montepio a possibilidade de ser o órgão gestor. Que se afastassem os homens, que se trocassem diretorias, que se votasse aqui meios, regras para que o Montepio pudesse ter outro tipo de eleição para seus diretores, para seu Conselho, mas eu acredito que não poderíamos fazer aquilo que foi feito aqui nesta Casa, mas esta Casa sempre delibera por maioria, e eu não quero me colocar contrário a esta Casa, dizendo que os Vereadores erraram, mas no meu modo de ver, de entender, acredito que o Montepio dos municipários deveria ser um órgão gestor, acho que os municipários perderam muito. Acredito que esse patrimônio dos municipários que está sendo dilapidado por causa de ações e mais ações que ingressam, hoje, na Justiça contra o Montepio, eu acho que esse patrimônio poderia ter sido preservado se nós tivéssemos agido de outra forma. É o entendimento que eu tenho. É claro que se os homens erram, se eles se equivocam na administração do bem público, ou do bem de outras pessoas, dos quais eles têm a guarda, esses homens devem ser julgados. Se por ventura forem encontrada falhas, eles devem ser condenados. Agora, não podemos realmente dizer que alguém errou antes de termos uma sentença definitiva por parte do Tribunal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, gosto do debate que o Ver. Antonio Hohlfeldt propõe aqui, e vamos aprofundar essa discussão. Primeiro, queria dizer que no contexto da fúria fiscalista do governo neoliberal de Fernando Henrique, antecedido pelo Governo neoliberal de Fernando Collor de Melo, a carga tributária deste País, que era de 25% do PIB, em 1991, hoje atinge 35% do PIB. Que estado mínimo é esse, meus senhores? Passar a carga tributária de 25% a 35% é estado mínimo para o povo, para a saúde, para a educação, para habitação, para o saneamento, para o combate à dengue, mas é "estado máximo" para os banqueiros - que este ano tiveram um aumento nos seus lucros de 56% -, para os bancos que tiveram o PROER - que doou mais de 30 bilhões de dinheiro público para salvar os banqueiros das suas falcatruas, entre eles um genro do Fernando Henrique, como a imprensa noticiou amplamente. Agora, vejamos a carga tributária federal. Quando o Collor assumiu, a carga tributária era de 25%, dos quais 55% para o Governo Federal; 28% para os Estados, Ver. José Fortunati, e somente 16% para os Municípios. Hoje, quanto é? Trinta e cinco por cento do PIB, dos quais 60% para a União e somente 15% para o Município. Concentrou ainda mais! E o Ver. Antonio Hohlfeldt ainda acha que devemos dar "graças a Deus", porque a União repassa algo; mas o faz porque tem de repassar, pela Constituição; tem de repassar, pelas leis, um percentual dos impostos para os Municípios. É só 15% e ainda acham que faz um grande favor!

Agora, vamos examinar a CPMF que foi criada - e o Ver. Nereu D’Avila tem sido um lutador contra a CPMF – com a desculpa de colocar esses recursos na saúde. Pois bem, em 1995, sem a CPMF, foram destinados para a saúde 18,5 bilhões, Ver. Dr. Goulart. Em 1999, com uma arrecadação de 8,5 bilhões de CPMF, o que deveríamos ter? Dezoito vírgula cinco bilhões, mais 8,5 bilhões, chegaríamos a 27 bilhões para a saúde. Mas a destinação para a saúde, em 1999, foi de apenas 19,6 bilhões, em vez de 27 bilhões; ou seja, 7,4 bilhões recolhidos de CPMF foram para alcançar o superávit fiscal, que o FMI exige do nosso Governo, foram para pagar as dívidas interna e externa. Mas em relação a isso, o Ver. Antonio Hohlfeldt é desinformado, não informa os seus eleitores; porque a sua informação deve ter origem naquela agência dos Estados Unidos - a "agência da mentira" -, que o próprio Governo teve de fechar. Essa deve ser a sua fonte de informação. Como todos leram, o Governo americano reconheceu que havia criado uma agência para mentir para o mundo e a fechou: essa deve ser a fonte de informações do Ver. Antonio Hohlfeldt.

Em 2001 foram arrecadados 17,2 bilhões de CPMF; mais de 70% não foram para a saúde, foram utilizados para formar o superávit fiscal, que hoje é de 40 bilhões, para poder pagar as dívidas: interna e externa. E o que é mais terrível: renovaram o tal de CPMF até 2004, contra o voto da bancada comunista, contra o voto da Bancada do PDT, do PSB e do PL também. E o meu Partido, o PC do B, fez um destaque, para retirar a isenção da CPMF nas aplicações das bolsa de valores; dinheiro que era para a saúde, Ver. Antonio Hohlfeldt! E isso V. Ex.ª não disse aqui. São 950 milhões que a CPMF vai perder para o megaespeculador Soros, para os grandes banqueiros, para os especuladores. Com isso, se poderia construir sessenta e seis mil casas para o nosso povo que não tem casa, pagar salário mínimo por um ano para quatrocentos e quarenta mil desempregados; se poderia contratar, por um ano, sessenta e seis mil médicos, com um salário de 1.200 reais por mês. É isso que o Ver. Antonio Hohlfeldt tem que informar aos seus eleitores: o rombo que está sendo feito na CPMF. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ingressamos na Ordem do Dia, solicito a liberação dos painéis para que seja feita nova verificação de quórum.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, eu desejava fazer um Requerimento. É uma atividade da Câmara que precisa ser feita com hora marcada, hoje. Nós temos uma audiência marcada no Ministério Público para ingressar com Ação contra o Decreto do Sr. Prefeito aumentando a tarifa de água e esgoto de forma indevida, nós estamos com a Ação preparada. Como a maioria dos Vereadores vão, eu tenho a impressão que não teria dificuldade nenhuma se a Sessão fosse suspensa, sem que se fizesse retirada de quórum como se costuma fazer por aí. Estou propondo este Requerimento: que a Sessão seja encerrada neste momento, para que a Câmara, pela sua maioria, possa ir ao Ministério Público.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. João Antonio Dib, como não se trata de uma atividade formal da Câmara Municipal de Porto Alegre, esta Presidência não pode acatar esse Requerimento, e por isso solicito que os Srs. Vereadores registrem suas presenças no painel eletrônico. (Pausa.)

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, já que V. Ex.ª informou que a atividade não é formal desta Câmara, pergunto: com relação às custas, esse é um processo levado pela Câmara ou é um processo de responsabilidade dos Vereadores?

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Ver. Marcelo Danéris, vamos deixar muito claro que, por não se tratar de uma atividade da Câmara de Vereadores, pelo menos até este momento, a Câmara não tem qualquer ônus a respeito, ele é de inteira e total responsabilidade dos Srs. Vereadores que tomarem as providências. Informo que, na próxima segunda-feira, conforme consulta já realizada perante esta Presidência sobre o assunto, receberemos o parecer da Procuradoria da Casa, e, a partir daí, esta Presidência informará ao Plenário quais as providências que serão tomadas sobre esse assunto.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, no Requerimento que fiz não disse que a Câmara tomava qualquer providência. Eu disse que a maioria dos Vereadores da Câmara tinha hora marcada, em defesa do povo, no Ministério Público. Mas aqueles ali não querem defender, vamos sozinhos.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): A questão está devidamente esclarecida.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1372/01 – VETO  TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 060/01, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que altera dispositivos da Lei nº 8.279, de 20 de janeiro de 1999, que disciplina o uso do Mobiliário Urbano e Veículos Publicitários no Município e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela rejeição do Veto Total;

- da  CEFOR. Relator Ver. Sebastião Melo: pela rejeição do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77,

§ 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.

- por resultar empatado, deixa de constar o Parecer da CUTHAB, nos termos do art. 54, §1º , do Regimento da CMPA.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 27.2 – Quarta-feira.

 

O SR. PRESIDENTE (José Fortunati): Em discussão geral e votação nominal o PLL n.º 060/01, com Veto Total.

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL n.º 060/01, com Veto Total.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores, cidadãs e cidadãos de Porto Alegre, eu tenho o prazer, o privilégio de abrir essa discussão para analisar o Veto do Sr. Prefeito Municipal. Antes de mais nada eu queria salientar que a tradição nesta Casa é a das boas casas parlamentares: o debate franco, honesto sincero e a negociação em benefício de Porto Alegre. Nós sempre defendemos aqui as empresas de Porto Alegre. Nesta tribuna eu combati a liberalidade com que muitas vezes se aceita uma multinacional, uma transnacional, um megaempreeendimento em nossa Cidade e demonstrei inclusive as falcatruas do Carrefour. Nós não vamos nunca nos submeter aos megaempreendimentos, aos ditames que vêm de fora. Nós queremos os empreendedores daqui trabalhando aqui e nós queremos que esta Cidade, que hoje é um exemplo no mundo, continue sendo esse exemplo. E, para isso, nós convidamos as Sr.ªs Vereadoras e os Srs. Vereadores, a população de Porto Alegre, os empresários, os empreendedores da publicidade ao ar livre, aqueles que querem trabalhar o mobiliário urbano, todos aqueles que defendem o meio ambiente, a paisagem urbana a, hoje, aceitarmos o Veto e constituirmos, segundo proposição do Ver. Beto Moesch e nossa, uma comissão e, como eu já disse ao Presidente da Casa, com duração máxima, Ver. João Antonio Dib, de três meses. Apenas três meses. Reuniremos todos os segmentos representativos dessa questão importante na nossa Cidade e vamos modificar aquilo que necessário se impuser. Nós vamos mudar para aperfeiçoar, mas nós não vamos mudar para prejudicar, como aconteceu com essa colcha de retalhos que teve origem num lastimável Projeto do Ver. Carlos Alberto Garcia.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell eu nunca duvidaria da palavra de V. Ex.ª, mas, sim, da do Executivo, com relação às promessas de que serão alteradas as situações atuais; dessas eu não acredito em nada, até porque o Prefeito não tem tempo de cuidar da Cidade.

 

O SR. ADELI SELL: Vereador, ex-Prefeito João Antonio Dib, aqui é um Poder, o Poder Legislativo, que fiscaliza o Executivo, que propõe, que faz leis, que fiscaliza. Se nós estamos nos comprometendo, como eu disse ao Presidente da Casa, com o fato de que a Comissão não passará um dia sequer do prazo de três meses, é porque nós vamos nos dar esse tempo e vamos conversar com todas as pessoas para resolver essa questão.

 

O Sr. Beto Moesch : V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Adeli Sell, parabenizo V. Ex.ª, que vem se empenhando muito nesse assunto, mas como está não há garantias de que são justamente as multinacionais que irão dominar o espaço público da Cidade, e essa é a grande preocupação E a comissão, da qual somos co-autores, não garante, justamente, o que estamos tentando fazer.

 

O SR. ADELI SELL: Não garante, mas a sua vontade, a minha vontade, a vontade dos empreendedores e a fiscalização da Cidade fizeram com que megaempreendimentos não fizessem de Porto Alegre a farra que fizeram em Buenos Aires, que fizeram na Argentina. Não farão isso aqui porque temos uma legislação federal, sim, que dá um arcabouço, mas temos a condição de legislar aqui, de dar condições para quem quiser trabalhar aqui de ter empreendimento aqui em Porto Alegre, fazendo as coisas por Porto Alegre, em benefício de Porto Alegre.

Todos os Vereadores sabem, o povo de Porto Alegre que nos acompanha na Câmara sabe que nós jamais nos dobramos diante das multinacionais, da voracidade dos que vêm de fora. Porque aqueles que estão aqui aplicam aqui. Neste sentido nós estamos completamente abertos ao diálogo sobre prazos, sobre modificação na Lei n.º 8.279, que já foi um avanço, mas que poderá avançar muito mais. Hoje nós estamos vendo que há vários Vereadores e Vereadoras preocupados com essa situação. Nós temos acompanhado, também, seja aqueles que defendem a paisagem urbana, ou os empreendedores, e nós poderemos chegar a uma posição de equilíbrio, porque hoje na sociedade o que mais falta é o equilíbrio. Nós não podemos ter a política do oito ou oitenta, porque ela é destrutiva, porque ela é nefasta, nós temos que conversar, sentar a uma mesa e, como gente civilizada, como pessoas gabaritadas, que têm compromisso, que têm palavra, em três meses, é possível chegar a um denominador comum. Eu peço o apoio de todas e de todos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL n.º 060/01, com Veto Total.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver.ª Helena Bonumá, presidindo os trabalhos, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras, eu não vim a esta tribuna para discutir esse assunto, pelo menos neste momento, já que sei que existem algumas tratativas entre o Executivo e o Legislativo para que possamos, talvez, encaminhar esse assunto de uma melhor maneira para que a sociedade seja a grande ganhadora, a grande vitoriosa de uma ação que está sendo levada a cabo nos limites deste Município. Mas a fala do Ver. Adeli Sell me faz vir a tribuna porque faz com que realizemos um retorno àquela ocasião em que o Carrefour estava tentando se instalar em nossa Cidade. O grande medo que se tem, e o Ver. Estilac Xavier sabe disso, os Vereadores que acompanham essa negociação sabem disso, é que, de repente, as multinacionais possam vir e liquidar com o campo de trabalho daquelas empresas que há muito tempo se dedicam a Porto Alegre. Quando o Carrefour quis entrar em Porto Alegre, ele ficou muito tempo negociando e sempre esbarrava em obstáculos, por isso não conseguia de forma nenhuma se estabelecer ali na Volta do Guerino.

Eu também acompanhei essas negociações porque, afinal de contas, tivemos discussões aqui no Plenário desta Câmara e o que fez com que o Carrefour se estabelecesse ali foi que o Carrefour atendeu a uma solicitação da Prefeitura Municipal, ou daquelas pessoas que detinham o condão de conduzir aquelas negociações, de dar uma certa quantia em dinheiro para o Município. Eu me lembro que foi o total de 400 mil reais, e foi noticiado pelos jornais. Depois desse acerto, lembro-me que houve alguns próceres da SMIC que foram até a Europa, que fizeram ligações lá com a Europa usando esse dinheiro, isso foi divulgado em jornais, basta voltar àquela época, pegar os jornais daquela época e vão ler exatamente isso. Então o que separou a possibilidade de o Carrefour, uma multinacional, se estabelecer na Volta do Guerino, ou não se estabelecer, foram - pelo que nós conhecemos, porque é apenas esta parte que eu conheço - 400 mil reais, não sei se teve mais, se teve menos, mas eu sei desta parte dos 400 mil reais, porque foi amplamente divulgada. Ora, se isso é verdade, então é claro que estão corretos os empresários dessa área que ficam com medo de que, de repente, venha lá uma multinacional e atenda aos reclamos da Prefeitura Municipal ou dos dirigentes da negociação e, de repente, dê a quantia suficiente para que eles possam se estabelecer em Porto Alegre e aí, aquelas empresas que se dedicaram à Porto Alegre durante anos acabam sendo prejudicadas. É por isso que eu vim a esta tribuna Ver. Adeli Sell, por causa da declaração de V. Ex.ª de que o Carrefour não se estabeleceu por causa de nenhuma negociação a parte ou de nenhuma benesse ao Governo Municipal. Estou lhe dizendo todos os fatos que V. Ex.ª pode ler nos jornais.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, me gratifica muito estabelecer este diálogo; no caso do Carrefour, V. Ex.ª sabe que a legislação, inclusive, mudou posteriormente, e acho que ajudará muito para que não aconteça, inclusive, uma certa liberalidade, conforme foi tratada a questão do Carrefour. Eu inclusive critiquei o meu próprio Governo sobre esta questão, V. Ex.ª sabe disso, não vou mentir agora, não vou ser hipócrita para isso. V. Ex.ª também sabe que as coisas que eu combino aqui eu levo às últimas conseqüências; na minha opinião, em três meses poderemos fazer um belíssimo trabalho e, com a sua colaboração, tenho certeza de que será melhor ainda. Muito obrigado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu, realmente, sou testemunha de que V. Ex.ª tem cumprindo aqui as suas palavras, Ver. Adeli Sell, e, realmente, não tenho nenhum problema de estabelecer aqui um pacto com V. Ex.ª para que possamos fazer negociações.

 

O Sr. Estilac Xavier: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço, não pretendo ocupar muito o seu tempo, Ver. Luiz Braz, mas eu quero anotar um equívoco, se me permite, na sua fala. O Carrefour comprou um terreno e se instalou de acordo com as leis vigentes, inclusive, do Plano Diretor. O que nós fizemos foi estabelecer critérios do estudo de viabilidade urbanística, aberturas de vias e patrocinar a necessidade de que o comércio produzido pelo Carrefour naquela região não competisse com o comércio da Assis Brasil no mix. Evidente que aí houve negociações, porque eles tinham interesse na aprovação do Projeto. Isso foi salutar para a Cidade, mas não pode haver nenhuma alusão de que, por exemplo, na licitação do mobiliário urbano alguém possa oferecer uma quantia para a Prefeitura e levar. Vai haver uma concorrência, lá não era o caso da concorrência, era o estudo de viabilidade urbanística de um terreno de propriedade do Carrefour.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Estilac Xavier, V. Ex.ª sabe muito bem que, se o Carrefour não desse aquele dinheiro para a Prefeitura Municipal, acabaria não se estabelecendo. Então, o que separou a instalação da multinacional na Volta do Guerino – ou a não instalação, houve a instalação – foi exatamente a quantia que foi repassada para o Município naquela época. Eu acredito que V. Ex.ª leu e acompanhou essa matéria.

 

O Sr. Estilac Xavier: Li porque eu era membro da Administração, participei, mas tem todo o sistema viário que eles tiveram que fazer, que foi negociado, a mais do que estava previsto. E esse elemento que V. Ex.ª coloca é um deles, mas é um critério para um caso particular, de natureza absolutamente diversa da outra.

 

O SR. LUIZ BRAZ: V. Ex.ª imagine o seguinte: nós temos na Casa, sendo votado, um Projeto da Ver.ª Clênia Maranhão, que fala sobre o impacto socioeconômico dos grandes empreendimentos de uma determinada região – só para encerrar, Sr.ª Presidenta - e eu sei que a Bancada de V. Ex.ª é contra que se faça o estudo do impacto socioeconômico. Eu acho que esse Projeto da Ver.ª Clênia Maranhão – que nem está presente aqui, mas eu faço um elogio - é altamente meritório, pois acho que, de todo o grande empreendimento que vai se estabelecer em uma determinada região, tem que ser feito o estudo do impacto socioeconômico. Naquela época, no Carrefour, não foi feito, no Zaffari da Ipiranga não foi feito. Aliás, nos grandes empreendimentos dos últimos tempos não foi feito o estudo de impacto socioeconômico. Eu acho que é por isso o medo das empresas que estão envolvidas nesse processo. Mas estou vendo que realmente existe uma boa vontade por parte dos Vereadores da Casa. O Ver. Adeli Sell já demonstrou essa vontade. V. Ex.ª eu sei que também está conduzido essas negociações para que realmente tudo possa chegar a um bom termo e que as empresas locais não sejam prejudicadas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Helena Bonumá): Verificação de quórum, por solicitação do Ver. Carlos Alberto Garcia. Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

Convidamos a todos para se fazerem presentes na Semana da Mulher desta Câmara de Vereadores que se realizará de 4 a 8 de março, salientamos que teremos, no dia 4, abertura da feira da geração de renda pelo grupo de mulheres e, no dia 7, Sessão Solene em homenagem às mulheres. Muito obrigada.

 

(Encerra-se a Sessão às  12h55min.)

 

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